Dr.Norton Sayeg
Uma Reflexão Sobre Produtos “Anti-Envelhecimento”.
O advento do envelhecimento progressivo da população mundial nas últimas décadas continua a gerar grande impacto sobre uma sociedade desacostumada a enfrentar esse novo fenômeno, produzindo uma série de conceitos pouco confiáveis e sem o respaldo na ciência.
Dentre esses fenômenos a questão da saúde destaca-se sendo muito relevante onde a mesma mostrou-se extremamente vulnerável facilitando a ação de grupos e indivíduos inescrupulosos pouco preocupados com a ética e voltados apenas para auferir lucros a partir dessa desinformação.
Todos os dias assistimos - estupefatos - o descobrimento de novas e miraculosas drogas ditas “rejuvenescedoras” que chegam ao mercado para livre consumo,com grande alarde de mídia paga, sem que seus efeitos sejam comprovados e sua segurança tenha sido verificada.
A aliança entre aqueles que produzem as drogas com a esperança da multidão de pessoas desinformadas que buscam a qualquer custo “não envelhecer” resulta em um mercado bilionário.
Essa é uma relação – Perde-Ganha – onde perdem aqueles que investem dinheiro em falsas esperanças, além de se exporem desnecessariamente a graves riscos de saúde, perde, também, a sociedade por deixar em segundo plano as ações efetivas e comprovadas de promoção da saúde coletiva.
E quem ganha com isso? – Só os mercadores de ilusão...
A análise de alguns dados clarificam esse mercado:
Estima-se que 1 entre 5 americanos usam suplementos alimentares contendo ervas e outros produtos chamados de “ naturais”.
Depois de grande popularidade em função de campanhas e divulgação na mídia durante a década de 90 observa-se que essa explosão de consumo irracional parou de crescer e se estabilizou.
Só em 2001 os americanos gastaram com essas drogas cerca de 4,2 bilhões de dólares buscando até agora intangível: o sonho do “Anti-Envelhecimento”.
Em 2002 18.8% dos americanos usavam algum tipo de suplemento alimentar e outros produtos (ervas).
Alguns estudos sugerem que após 1990, por verificarem a ineficácia e/ou estarem mais informados sobre as reais virtudes apregoadas por uma série de produtos que prometiam melhorar e/ou curar uma infindável lista de doenças e sintomas houve um recuo consciente de consumo.
O consumo do Ginseng, uma erva estimulante, por exemplo, que era usada por 4% dos homens com idade entre 18-44 em 1998 caiu para apenas 2% em 2002.
Os estudos também traçaram o perfil dos maiores consumidores: mulheres idosas e brancas.
Essas Drogas / Suplementos Nutricionais / Medicamentos Alternativos / Naturais / Funcionais / Nutracêuticos ou outras denominações, sempre questionáveis, não são regulamentadas por órgãos oficiais.
A publicidade é livre e não há controle de qualidade.
Uma vez que o consumo dessas substâncias não depende de receita médica, o indivíduo fica sem acompanhamento clínico adequado, gerando dessa maneira uma série de fatores que associados transformam esses produtos em verdadeiras armadilhas.
Os efeitos adversos que podem ser gerados com o uso caótico desses produtos colocam em risco a saúde da população,por vezes graves e até fatais, uma vez que, qualquer substância que afete a bioquímica do organismo pode resultar em uma cadeia de reações levando eventos indesejáveis.
Existem relatos de complicações graves por uso de ervas, especialmente as importadas da Ásia, com uma porcentagem significante de contaminação por metais tóxicos.
Fonte: site Envelhecer com Saúde
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