terça-feira, 21 de agosto de 2007

Novo livro de Beni


“Aí, mente”. Esse é o nome escolhido por nossa querida Beni Alcântara para seu novo livro a ser lançado em breve. Somente pelo título já dá para perceber quanta irreverência e bom homor ele deverá conter.
Após as leituras saborosas de “Quem gosta de mim sou eu” e “Quem espera sempre cansa”, obras anteriores da autora, seu público leitor não mente quando diz que espera ansiosamente pelo “Aí, mente”.

Experimentem uma pequena provinha do que está por vir. Impossível não gostar e também não rir.
Sérgio Almeida Franco, Salvador/BA
AÍ, MENTE !!

Beni Alcântara

A mentira é uma constante em nossas vidas. Dizem os entendidos do assunto, que mentimos umas 50 vezes por dia e nem percebemos. Isso tudo? Sei que existem pessoas que mentem mais de cem vezes totalmente conscientes, como os nossos benditos políticos, mas nós, simples mortais somos assim tão mentirosos?

Descobri que a mentira faz um bem danado a todo mundo. Sem a mentira o mundo seria um caos. Não nos entenderíamos, as famílias viviam em eterno conflito, muito mais do que os já existentes, os casamentos se acabariam, não teríamos governantes e nem a religião sobreviveria, pois o medo do inferno e do satanás é que faz muitas igrejas sobreviverem.

A mentira, pois, nos ajuda a viver, facilita as nossas vidas, evita mil problemas, acaba com brigas e discussões, aumenta nossa auto-estima, mantêm as aparências e as nossas máscaras, salva relacionamentos, aproxima as pessoas e faz muito bem.

Estou me referindo à mentira sadia, convencional, necessária. À mentira do dia a dia. A mentira educada, gentil, psicológica, que salva que une que agrega e não à mentira prejudicial, a calúnia, a mentira maldosa, que prejudica embora o mundo esteja repleto delas, ou melhor, abarrotado.

“Se ligarem para mim, eu não estou” “Menina, como você ficou bem depois da dieta!.” A coitada ficou um horror! “A senhora vai ficar outra depois da plástica” tão outra que nem ela mesma se reconhece no espelho, nem o marido, nem os filhos e nem os netos que correm ás léguas fugindo do abraço de uma avó com outra cara e bem pior do que a antiga, enrugada, pelo menos a outra levantava as sobrancelhas e fechava os olhos totalmente.

“Querido hoje estou com uma tremenda dor de cabeça” “Querida hoje vou chegar tarde porque tenho uma reunião de negócios”. Sem dores de cabeça e reuniões negócios muitos casamentos já teriam ido para o brejo se a verdade aparecesse em toda a sua plenitude.
“Senhores passageiros, dentro de 20 minutos estaremos aterrissando no Aeroporto de Congonhas. O pouso será normal, pois a pista está ótima, com todas as ranhuras, ou melhor, com todas as valas, pois só as valas são capazes de escoar a água que se acumula sempre. Não apertem muito os cintos para o caso de precisarem sair correndo, coisa que não vai acontecer jamais. Por favor, comecem logo a usar o kit segurança que se encontra ao lado de cada assento. Só por precaução. È um brinde da Companhia de Aviação. Consiste o mesmo num Salmo 90, um terço e um crucifixo. Obrigada e boa aterrissagem!

Estas mentirinhas ou mentiras enormes são tão comuns como o prato de feijão do dia a dia. Necessárias, mesmo!

A mentira é uma benção. Em sociedade tudo é praticamente mentira. Nada é o que parece. Muitos casais vivem aos beijos em sociedade e ás tapas na alcova. O filho da amiga que foi estudar em Londres, está mesmo é numa clínica de recuperação para drogados em Minas Gerais. Até no sexo a mentira se faz presente. Finge-se muitas vezes um prazer que não se tem para a felicidade geral da família e do casamento. Um amor que não se sente, uma alegria sem contentamento. Diz-se mil vezes sim querendo dizer não.

Mentiras sociais são necessárias, mentiras que mantêm situações, acalmam que elogiam e que estimulam. Mentiras que fazem apenas bem. Já pensou se fosse impossível mentir? Quantos vexames e humilhações passaríamos!

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