Aquele bife no jantar pode atrapalhar o sono. Já um pouco de macarrão ajuda a dormir com os anjos. A receita dos especialistas para espantar a insônia está aqui .
Se você quer ir para a cama com a certeza de que só vai acordar no dia seguinte — e com a maior disposição —, não entre na onda de abolir os carboidratos ao anoitecer. A recomendação vem do II Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada, conhecido como Ganepão, que aconteceu recentemente na capital paulista. Em sua palestra, o nutricionista Marcelo Ferro, de São Paulo, garantiu: “Alimentos ricos em carboidratos contribuem para a produção de serotonina, que afasta a ansiedade e combate a insônia, e da melatonina, outro hormônio que favorece um sono tranqüilo”.
Massas ou batata, portanto, vão muito bem na última grande refeição. E não representam perigo para a silhueta, ao contrário do que muita gente pensa. Aliás, essa história de que pratos do gênero depois das 6 da tarde têm relação com o aumento de peso não passa de mito. E a razão é muito simples. “Cada grama de carboidrato sempre fornecerá 4 calorias, nem mais nem menos, não importa a hora em que é ingerido”, explica a nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, a Abeso. “Para emagrecer é preciso controlar a ingestão calórica”, ensina ela, que é jurada da segunda edição do Prêmio SAÚDE!.
Evitar exageros também tem a ver com a qualidade do sono. É que a comilança noturna — seja qual for o nutriente que prevaleça no seu prato — definitivamente não deixa ninguém dormir direito. À noite nosso metabolismo se desacelera e o corpo como um todo — os batimentos cardíacos, o ritmo da respiração e o processo digestivo — passa a funcionar mais lentamente. Daí que os excessos à mesa fatalmente vão resultar em um tremendo desconforto abdominal, capaz de tirar o sono de qualquer um. Então, se bateu aquela vontade de comer macarronada, ceda à tentação, mas com parcimônia. “E, muito importante, jante cerca de três ou quatro horas antes de ir para a cama”, recomenda o neurologista Flávio Aloe, do Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O bife suculento que você vê na página ao lado é irresistível para os fãs de carne vermelha. É o seu caso? Deixe para se deliciar com ele no almoço. Caso contrário, o risco de ter um sono interrompido ou até mesmo passar a noite em claro é grande. O aviso é do nutricionista Marcelo Ferro, que, aliás, é taxativo: “Esse item deveria sumir do cardápio noturno”, defende. A culpa recai sobre sua combinação de aminoácidos. Esses pequenos pedaços de proteína que compõem o alimento ativam o sistema nervoso simpático, responsável, entre outras funções, por deixar seu corpo em estado de alerta, favorecendo, assim, maior descarga de adrenalina. Daí a temperatura do corpo e a pressão arterial tendem a subir. Em péssima hora, diga-se. Antes de fechar os olhos, quanto mais relaxado você estiver, melhor. Para perturbar ainda mais o sono, os tais aminoácidos do filé competem com uma outra partícula fundamental para quem quer dormir de um jeito gostoso: o triptofano. “É como se ele perdesse a força”, explica Ferro.
A professora Lia Rita Bittencourt, especialista em sono da Universidade Federal de São Paulo, explica que o triptofano é um precursor de serotonina, outro neurotransmissor que, como já foi dito, está fortemente associado ao relaxamento profundo. Aliás, é graças a essa substância que o leite costuma ser citado como um alimento que combate a insônia, embora muitos desdenhem desse poder, pois a concentração não é lá grande coisa. Se você nota que um copo antes de ir para a cama lhe faz bem, vá em frente. No mínimo, seus ossos saem ganhando.
Por Regina Célia Pereira fotos Dercílio design Robson Quina felix. Blog Saúde
Enviado por Maria Luíza de Abreu Sobral, Fortaleza/Ce
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