sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Chegou a vez do inefável Sr. Paul Tibbets

OS MAUS ODORES AQUI DE BAIXO

CHEGOU A VEZ DELE TAMBÉM – Como todo mundo morre, chegou a vez do inefável Sr. Paul Tibbets. Demorou mas chegou! A mídia americana reportou: aos 92 anos de idade, de falência cardíaca, na cidade de Columbus (Ohio) onde morava, acaba de falecer o homem que despejou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Matou, na hora, mais de 140 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Dezenas de milhares de famílias iguais às nossas que, às oito e meia daquela manhã de 06 de agosto de 1945, viviam suas amadas rotinas da existência familiar: o café da manhã, a escola das crianças, o expediente profissional de cada dia. Em um segundo infernal, tudo foi desintegrado e virou cinza vulcânica. O monstruoso atentado aconteceu no fim da Segunda Guerra Mundial, de forma desnecessária, quando os Estados Unidos já ganhavam a guerra. Alegaram a necessidade do crime clamoroso para acabar com a teimosia japonesa. Mas historiadores sérios acham que a motivação maior foi a necessidade de testar o artefato que automaticamente delegava aos Estados Unidos a soberania guerreira no mundo.
ACEITOU A MISSÃO COMO PRIVILÉGIO – Aviador militar experimentado, Mr. Paul Tibbets foi escolhido a dedo para desempenhar a missão. Mas empreitada tão transcendental e carregada de responsabilidades precisava depender também da decisão pessoal. Paul Tibbets aceitou a "honraria". No dia aprazado, subiu no cockpit do seu bombardeiro, com mais treze tripulantes auxiliares. Tomaram-se todas as providências, criaram-se todas as condições materiais, pois naquela "missão" nada podia dar errado. Lá se vão os 14 "heróis americanos" para os céus do Japão. O tempo estava bom e a luminosidade, como o diabo gosta. A missão tinha que ser executada em dia claro, pois era da maior importância observar o resultado lá de cima. Lá embaixo, a metrópole japonesa prosseguia a rotina agitada de todos os dias, cada ser humano com seu projeto pessoal, seus horários, seus pequenos ou maiores objetivos de vida. Eram as condições ideais previstas, para testar os resultados da primeira explosão nuclear na história humana, sobre região habitada. Sinal verde e Paul Tibbets aperta o detonador que, segundos depois, produziu a explosão apocalíptica.
AVIÃO BATIZADO COM O NOME DA MÃE – Exigência formal de Paul Tibbets foi escrever, com letras garrafais, o nome de sua mãe ENOLA GAY, no corpo da aeronave genocida. Em fração de segundos, ao simples acionar de um botão, mais de 140 mil pessoas foram desintegradas. Muitas dezenas de milhares de outras morreram depois, em conseqüência da irradiação nuclear; e outros tantos milhares foram reduzidos à vida vegetativa, pela invalidez permanente e por doenças incuráveis. Paul Tibbets declara, em seu relatório posterior ao lançamento: "A cidade que nós, minutos antes, víramos, lá embaixo, iluminada pelo sol da manhã, havia sido transformada em montão de destroços, cobertos por densa camada de fumaça e chamas". Do seu papel de disparador da bomba atômica em cima de população inocente, destruindo a vida de tantas centenas de milhares de pessoas, Paul Tibbets nunca se arrependeu abertamente. Alegava, para se explicar, que, através do seu feito, muitas vidas americanas foram poupadas, pois tornou-se então desnecessária a invasão do Japão, pelas tropas nacionais.
"EU ESTAVA CUMPRINDO ORDENS!" – Foi a desculpa que deram os criminosos nazistas, que também eliminaram centenas de milhares de vidas inocentes. Parece mesmo que o grande inimigo do individuo é a autoridade. Caminho de personalização e humanização passa invariavelmente pela libertação das opressões e obediências cegas. Voltando ao assunto, o militar Paul Tibbets acha que cumpriu tarefa patriótica: - "Não digo que estou orgulhoso de ter matado tanta gente. Mas não fui eu que comecei aquilo, não tomei parte no planejamento, fui designado para a missão, não podia desobedecer ao código militar. Agora só posso constatar que a coisa funciona da forma mais perfeita que os planejadores idealizaram". Tais declarações, traduzidas de maneira mais ou menos livre, saíram no semanário alemão DER SPIEGEL. Pela bomba atômica ou por tantas outras causas, todos os personagens envolvidos daqueles tempos criminosos já se foram, nem o mais poderoso e bem armado escapou. Em população que adora armas e usar armas, Truman, o presidente americano de então, e Paul Tibbets podem até ser considerados heróis nacionais, em terrível equívoco. A certeza já acontecida de sua finitude coloca questionamentos bem mais sérios do que vitórias eventuais em batalhas militares.


ONZE DE SETEMBRO FOI CAFÉ PEQUENO – Nossas cabeças, inevitavelmente colonizadas pela mídia americana ou dependente, internalizaram, de tanto ouvir, que o 11 de Setembro foi o maior atentado terrorista da história humana. O leitor assuma assento neste júri e ajude a decidir. Comece pelo número de vítimas. Ao que se sabe, os atentados às Torres Gêmeas e ao Pentágono mataram ao redor de cinco mil pessoas. Isso em nada justifica, mas aquelas torres não eram edifícios de habitação. Muito menos o Pentágono, central guerreira dos Estados Unidos. O grande pecado dos terroristas islâmicos foi violar a "sacralidade" do território americano e eliminar "sagradas" vidas americanas, mais preciosas e asseguradas do que a montoeira de ratos e formigas orientais, lá embaixo. Nas declarações posteriores do Sr. Paul Tibbets, ficamos sabendo que tinha de ser escolhida, para o lançamento inaugural, uma cidade grande, situada em planície aberta, com intensa urbanização e densidade populacional. Era importante poder computar os efeitos devastadores. Tais foram as condições ideais, escolhidas para o grande crime, que inaugurou os tempos modernos. Você, do júri, decida qual foi o maior atentado terrorista da história da humanidade.


"RELIGIÃO ENVENENA TUDO" – A esse título ou com a intenção de demonstrar sua veracidade, "ateólogos" faturam rios de dinheiro sujo, com seus livros espetaculosos, e parece que impressionaram participantes do REPASSANDO. Os "finórios" "ateólogos", em plena vitalidade existencial, no gozo de saúde, prestígio e muitos dólares, garantem que todos os males do mundo foram causados pela religião. Dão como exemplo, o atentado às Torres novaiorquinas. Perpetrado, segundo os "grandes sábios", por pessoas profundamente piedosas. Não só isso, mas exatamente por serem pessoas piedosas. Aterrorizaram porque eram profundamente religiosos. Passa pela sua garganta que bombardeio de inocentes é atitude tipicamente religiosa? Hitler foi o que foi, porque era católico. Isso entra na cabeça de alguém? Antigamente, a filosofia era considerada como serva dócil da teologia e, a esse título, foi usada e desfrutada. Mas, colocando atentados terroristas no rol dos atos religiosos, os "novos sábios" obrigam a filosofia a servi-los, na base da chibata, a fim de carregar seus pedregulhos e lixo intelectual. Já não era sem tempo de descobrirmos que Deus pouco tem a ver com nossas filosofias desfrutáveis e com a conclusão de nossos silogismos. Isso continua sendo discussão inútil de quem ficou lá embaixo, na planície e não atendeu aos convites de escalar a montanha e transferir-se ao oxigênio das alturas.




Um comentário:

Sérgio Almeida Franco disse...

Quanta atrocidade foi praticada em nome da "democracia".

Recomendo verem filmes sobre Nuremberg, cidade alemã onde, após a II Guerra foram julgados os criminosos de guerra. No filme Julgamento em Nuremberg a defesa de um dos líderes nazistas baseou sua argumentação justamente citando atos dos aliados onde mais se destacaram as bombas atômicas jogadas por bombardeios americanos sobre as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, vitimando centenas de milhares de civis inocentes, entre os quais crianças e idosos.