segunda-feira, 18 de agosto de 2008

[ipuarana] "Introibo ad Altare Dei".

Convento de Ipuarana em Lagoa Seca, próximo a Campina Grande, onde Carlos Almeida viveu a maior parte de sua vida sacerdotal


Recebo, através de Arlindo, mensagem de um amigo, Herialdo Matos, que retransmitiu uma texto feito por Clotário, um grande amigo de Tio Carlos.



Às oito da manhã deste último sábado 16 de agosto, Paulo Sobreira e eu paramos em frente a um prédio residencial de Recife para transportar até Ipuarana um senhor de idade avançada, aí por volta dos 87 anos, baixo, passos miudinhos, indefectível cabeleira já não tão loura, mas arrumada como em priscas eras, olhar penetrante, conversa agradável, ainda mais realçada pela simplicidade de sua esposa Dulce. Seu nome: Helmut Gress, ex-frei Epifânio, um dos ícones dos que passaram por Triunfo e que também deixou sua marca na história de Ipuarana.
Noutro veículo nos acompanhavam Francisco Braga com Edson Berbary, vindo de Belém.
Deixando Helmut e Dulce em casa de Socorro Almeida, em Campina, tomamos o rumo de Ipuarana para recebermos a excepcional acolhida do próprio Guardião frei Robério que, de casa cheia, procurava conseguir um local apropriado para pernoitarmos, chegando a nos oferecer a casa paroquial em Lagoa Seca, mas antes inspecionando conosco a Porciúncula a ver se havia ali acomodações; ao final, ficamos hospedados lá mesmo em Ipuarana, em local que ele julgara inadequado, mas que estava perfeitamente aceitável para nós e para os colegas de Aracaju – Dílson, Manoel Alves e Riveraldo e de João Pessoa – Ottoni, Paulo Uchoa e Rafael (Chico do Queijo).
Logo a seguir, apareceram Cícero Agostinho, Luiz Andrade e Antonio de Pádua, o primeiro de Campina e os demais, de Recife.
Fomos participar da celebração eucarística que incluía em sua intenção principal a alma de nosso Carlos Almeida frei Filipe.
Das conversas ouvidas e repetidas sobre o estimado Carlos, pode ser feito um resumo a partir de uma frase que ele pronunciou anos a fio nos altares da capela: “Introibo ad Altare Dei”.
Durante esses anos todos de vida religiosa cumpriu com zelo suas obrigações de presbítero e docente do seminário e, ao escolher a vocação do matrimônio para constituir sua família, passou a subir ao altar que edificou em seu coração, pelo testemunho de vida cristã, engajamento na catequese e nos estudos bíblicos de tal sorte que, com seu passamento, passou a subir ao altar – não mais na capela, não mais em seu coração – mas no coração de Deus.
Contrariando o ditado popular do “Quem quiser ser bom, morra!”, nosso personagem tinha defeitos e não só os tinha como também os confessou – não só no confessionário ou até mesmo a uns poucos amigos – mas publicamente e por escrito, conforme se vê em seu penúltimo trabalho “Sombras e Luzes do Meu Caminho”.
Deus não cessa de nos enviar sinais através das causas segundas, para nos servirem de guia na busca de atendermos a “Sede Santos como vosso Pai de Céu é Santo”; se pudermos enxergar na vida de Carlos Almeida passagens que possam servir de exemplo e balizamento ao nosso viver, terá sido este mais um dos muitos benefícios que ele nos terá legado.
Paz e Bem!


Enviado por Clotario

Um comentário:

CRÔNICAS - AVELAR SANTOS disse...

PREZADOS,

SOU TAMBÉM UM FELIZ ORIUNDI DE IPUARANA! ALI, DURANTE DOIS ANOS, 1970 E 1971, APRENDI OS SÁBIOS ENSINAMENTOS DOS FRADES FRANCISCANOS QUE MOLDARAM TODA MINHA VIDA.

NAQUELES TEMPOS IDOS,PARA SORTE MINHA, FREI CARLOS FOI MEU PROFESSOR DE MATEMÁTICA. INESQUECÍVEL!

HOJE, SOU ENGENHEIRO AGRÔNOMO E PROFESSOR. O POUCO QUE SEI, DEVO TUDO AO SEMINÁRIO - E AOS SEUS BRILHANTES MESTRES. INCLUSIVE, EVIDENTEMENTE, A ELE.

UM ABRAÇO FRATERNO,

AVELAR SANTOS
EMAIL: VALJEAN.AAS@GMAIL.COM