quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Power Balance admite que pulseira não funciona


Podemos classificar esse episódio como um dos "Contos do Vigário" da era moderna. Se você comprou essa tal pulseira do equilíbrio, não fique desapontado, pois você não está sozinho nessa. Foram vendidos milhares e milhares só no Brasil.

Empresa é obrigada a reembolsar consumidores insatisfeitos na Austrália

No Brasil, a Vigilância Sanitária suspendeu a propaganda de efeitos terapêuticos, como o aumento do equilíbrio

GUILHERME GENESTRETI
FOLHA DE SÃO PAULO

A empresa Power Balance foi obrigada, na Austrália, a desmentir publicamente os supostos efeitos terapêuticos de suas pulseiras e a garantir o reembolso a consumidores que se sentirem lesados pela propaganda enganosa.
Em 22 de dezembro, a empresa assinou um termo com o órgão de defesa do consumidor daquele país e se comprometeu a negar a existência de evidências científicas de seus benefícios.
A filial australiana da Power Balance, cuja sede é nos EUA, já postou essas informações no site oficial e prometeu que os clientes insatisfeitos têm até 30 de junho para pedir reembolso.
Em novembro, a empresa foi multada em 15 mil euros (R$ 33 mil) na Espanha por fazer propaganda enganosa. No mês seguinte, a Power Balance foi multada em 300 mil euros (R$ 663 mil), na Itália.

EFEITO PLACEBO
Os braceletes ganharam fama depois de serem vistos nos pulsos de jogadores de futebol como David Beckham e Cristiano Ronaldo, além dos atores Leonardo Di Caprio e Robert De Niro e do piloto Rubens Barrichello.
O tricampeão capixaba de surfe Diogo Leão, 29, diz que não tira a pulseira nem para dormir e que continua usando, mesmo com a polêmica.
"Quando faço algumas manobras de rotação, sinto que meu peso fica mais equilibrado na prancha", diz ele, que usa o bracelete há mais de um ano. "Não sei se o efeito é psicológico, mas para mim tem dado certo."
A fabricante diz que os hologramas da pulseira melhoram o fluxo de energia do corpo, aumentando a força, o equilíbrio e a flexibilidade.
Leandro Tessler, professor de física da Unicamp, desmente esses benefícios. "A interação de um holograma com corpo é só visual, mas não interfere na energia."
Segundo ele, as pulseiras podem ter efeito placebo. "Você se convence e pode até se sentir melhor, mas não há evidência científica comprovando o funcionamento."

NO BRASIL
O reembolso para consumidores lesados só vale para os australianos. No Brasil, a empresa não foi obrigada a adotar essa medida, mas a publicidade dos efeitos terapêuticos está proibida desde 3 de setembro por ordem da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A suspensão foi determinada após reportagem da Folha ter alertado o órgão de que os revendedores brasileiros estavam fazendo publicidade irregular.
A multa para o caso de infração à norma pode variar de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão.
Segundo a Vigilância, a Power Balance e a fabricante da Life Extreme, sua cópia brasileira, não infringiram a regra depois de publicada.
A On the Beach, distribuidora das pulseiras americanas no Brasil, informou que "toda a publicidade está em conformidade com as leis vigentes" e que não divulga "falsas promessas de benefícios". A empresa estima que já vendeu 200 mil unidades no país desde 2009.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caí nessa. Quando vi que não estava adiando, já tinha sido enganada...
carmen

Sérgio Almeida Franco disse...

Minha cara Presidente de Honra,

Não se aborreça de ter caído nessa. Muita gente boa também caiu e foi no mundo inteiro.

Anônimo disse...

Observei agora um erro meu. Ao invés de adiantando, coloquei adiando. Perdão.
Carmen