quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cabra da Peste

AQUI ESTÁ UM POUCO DO FALAR , DO SER, DA LINGUAGEM COLOQUIAL; ENFIM DE QUEM MORA, NASCEU E VIVE NO CEARÁ.
LEIA ATENTAMENTE E ENTENDA O CEAREZ.
VOCE QUE ESTÁ DISTANTE, PORÉM GOSTA DO FORRÓ, BAIÃO,ETC...
E VOCE QUE TEM RAÍZES POR AQUI, MATE A SAUDADE BICHIM.


Você viveu ou conhece alguém que é do tempo em que...
Das mais antigas você ouviu falar de um time chamado Penarol, lá para os lados
do bairro de São Gerardo? Na av. Bezerras de Menezes.
Você lembra de quando surgiu o "Pessoal do Ceará"; pioneiros dos encontros na
praia de Iracema, nas noitadas de viola e violão, altos papos embrionários do
movimento. Lembram de: Rodger Rogério, Teti, Edinardo, Raimundo Fagner,Belchior
e outras mentes iluminadas e maravilhosas. Uns autodidatas outros com elevada
formação acadêmica.
Voces lembram dos festivais de música como o "Aqui no canto" da rádio Assunção
lá pertinho da Escola Normal?
Lembram Luis Assunção, Lá no Jardim América. Na rua Júlio César descendo da
Gentilândia em direção ao Montese e Itaoca. Perto do canal.
Lembram da rádio Dragão do mar na Av. do Imperador, da PRE 9, da rádio Iracema
na praça José de Alencar, da rádio Uirapurú, em frente na praça da Bandeira,
esquina de Clarindo de Queiroz com General Sampaio.
Do Pedrão da bananada na praça do Ferreira?
Do local onde ficava o melhor churrasco da época no CURRAL descendo na décima
região militar.
- A COBAL ficava na esquina da rua Assunção com Antônio Pompeu;
- E o IAPEC (Isto ainda pode cair!);
- Vendia-se 'chegadinha' de porta em porta (o 'veinho' passava tocando o
triângulo) e 'quebra-queixo', maravilha! Picolé de 'ameba' de morango na praia.
E o pirulito enfiado nas tábuas;
- O verdureiro ia de porta em porta montado no jumentinho e vendendo verduras
frescas e o outro que ia montado no cavalo vendendo fígado e panelada;
- Véspera do Natal ir até a Praça do Ferreira ver as vitrines das lojas todas
com enfeites natalinos era moda;
- Passear de Rural;
- Era chique ir na Lobrás subir e descer na 'primeira' escada rolante da
cidade, tomar sorvete ou comer um sanduba;
- Sapato 'carinha de bebê', calça cocota e blusa frente única era luxo!
- Tempo dos 'mingaus pops' da Tatarana, Trasteveri e Santa Esmeralda;
- O barzinho 'Sovaco de Cobra';
- Tempo em que o Circo Voador trazia show de Cazuza, Geraldo Azevedo, Ângela
Rô Rô, Kid Abelha entre outros;
- Início do Cais bar na Praia de Iracema;
- Tempo em que a Praia de Iracema era bastante bucólica e somente 2 restôs
funcionando o ' La Tratoria' e o velho Estoril;
- Jantares do Náutico? Lagosta a Termidor;
- Restô mais chique da cidade: 'SANDRAS'?
- As feijoadas do Hotel Beira Mar, o primeiro da orla;
- Lembra dos fuscas pretos da polícia (TETÉU)?
- Da velha Ponte Metálica em tempo de cai mas não cai;
- Tempo da Mesbla na Senador Pompeu e da Flama (Símbolo de distinção) na
praça do Ferreira;
- E do Mercantil São José? O primeiro supermercado do Ceará. É por isso que o
cearense não faz feira, faz mercantil;
- E o programa do Augusto Borges fazendo propaganda do Mercantil São José com
suas Gincanas;
- Ir ao Recreio Clube de Campo era uma viagem com muito verde e salinas pelo
caminho;
- Havia o restô Toca do Coelho (seis Bocas) e Frango Dourado (no Eusébio) com
seu sarapatel de frango delicioso;
- E do restaurante Cirandinha em frente do comercial Clube ?? (É o novo!);
- Das peixadas no restô 'Alfredo o Rei da Peixada' e sempre aparecia um
boneco ventríloquo para divertir a gente;
- E o camarão do OSMAR com aquele beco bem apertadinho...
- Do pequeno zoológico que havia no Parque das Crianças;
- Ir a shows no Ginásio Paulo Sarasate (Rita Lee, Gilberto Gil, Fábio Jr,
Elba, Ney Matogrosso, Moraes Moreira, Nina Hagen, entre outros);
- Ir a Jericoacoara de barco (saindo de Camocim) Jeri sem energia, sem hotel
ou pousada (o povo ficava em casa de pescador);
- E Canoa Quebrada sem pousadas de luxo e sem a gringolada como dona de tudo;
- Do bronzeador 'Nude bronze' e colônia 'Contoure';
- Comprar 'mentex' e 'piper' antes de assistir filme no Cine São Luiz e
Diogo;
- Do batom 'brilho' que era vendido exclusivamente na Casa Parente do Centro;
- Da pizza no Jairo na Av. Santos Dumont;
- Ir a Feira das Flores no Passeio Público (quando ainda era um ambiente
familiar). Um luxo!
- Assistir aos sábados pela TV o programa do Irapuan Lima e do Chacrinha;
- Do barzinho Carbono 14;
- Ir aos domingos ao aeroporto ver os aviões decolarem;
- As noites de sexta e sábado na boite 'Senzala' 'Boeing, Boeig no Bairro
Aeroporto e o Restaurante Caravele;
- Tempo do Edifício Avenida na esquina da Barão do Rio Branco com Duque de
Caxias;
- Da calça 'Lee' com nesga bem larga!
- Da banda de rock Perfume Azul;
- Namorar no barzinho Play Boy na Praia do Futuro;
- Usar decote canoa era alta moda;
- Da touquinha da Miss Lene, do vestido tomara-que-caia (que as vezes caía),
blusa de elastex, ferro a carvão comprado ali perto do Zé Pinto na Bezerra de
Menezes;
- Comprar tamanco na TAMANCOLÂNDIA na Av. Monsenhor Tabosa, quanto mais alto
mais chique;
- Da feirinha da Praça Portugal (só a moçada!) na sexta feira e da 13 de Maio
aos sábados (artesanato e comidas típicas);
- Do Jardim da Menopausa (Aquarius) na Beira-mar;
- Do Barzinho 'BADALO';
- Das Barracas da Praia do Futuro: 'Sapuriu' (cruzamento do sapo com a puta
que pariu), CABOLETÊ, BOLA BRANCA e do bar do POP;
- Das Lojas Di Roma, Xepão, Xepinha, Carvalho Borges, Samasa, Ocapana e
Abarana, Bel Lar, Esmeralda, Sapataria Esquisita;
- Do quarteirão do sucesso da Dom Luis - do New York, New York;
- Do sorvete no Juarez;
- Pastéis com caldo de Cana da Leão do Sul do centro da cidade;
- Do restaurante Pombo Cheio, próximo a Faculdade de Medicina (UFC);
- O barzinho 'O PILÃO' no Morro Santa Terezinha;
- Do barzinho 'Varanda' na Leste Oeste. (Ótimo visual e nada de bandido!)
- Barzinho Brasil Tropical;
- Dos festivais da 'Costa do Sol' da Tabuba;
- Do Motel Calango 'chão de estrelas' - no morro da Praia do Futuro. (Era
'relax' total e ñ tinha nada de pavor e medo, como nos dias de hoje);
- Da farmácia do Seu Coelho na Avenida Domingos Olímpio, Eita!
- Tempo em que a Av. Sen.Virgílio Távora ainda era Av. Estados Unidos;
- Do Seu Edgar na rua Antonio Pompeu que consertava tudo. Entre outras
coisinhas, ele colocava 'virola' nos sapatos;
- Tomar picolé da GELATI;
- De gazear aulas à tarde para assistir filme no São Luiz na semana do
festival de cinema;
- Tomar banho de chuva nas bicas das casas;
- Ir no Jumbo e comprar grapete, crush, guaraná Wilson, TAI e Cacique;
- De andar no elefante na inauguração do Jumbo do Center Um;
- Do tamanco Dr. Sholl e do sapato cavalo de aço;
- Comer no jantar 'bife caron';
- Tempo que 'ficar' era sarrar (tirar sarro);
- Tempo em que Soft era uma bala, hoje é sobrenome de vereadora;
- Do curso de datilografia na Praça Coração de Jesus e do Curso Andrade Lima
na Av do Imperador. (Vixe!!!!)
- Das revistinhas Bolota, Brotoeja, Tininha, Riquinho e Luluzinha;
- Do jornal Pasquim;
- De assistir 'A Ilha da Fantasia' nos sábados à tarde;
- Das lambadas aos sábados no Pirata (quem tinha o vale-lambada podia dançar
com os bailarinos);
- Do restaurante 'TACACÁ' na Beira Mar;
- Do bar e restô ANIZIO, amanhecendo o dia vendo Irapuan Lima fazendo Cooper
(ninguém merece!);
- Da estica para tomar caldo Deor - Iracema;
- Comprar vassoura e espanador na porta de casa;
- Comprar no centrão pote de creme Rosa Mosqueta vindo do Paraguai;
- De se bronzer com Óleo Jonhson e Coca cola ou 'Raito del Sol';
- Do grupo cearense Quinteto Agreste e os Canarinhos do Nordeste;
- Do Projeto Pixinguinha no Teatro José de Alencar a preço popular onde
apresentaram 14 Bis, Nara Leão, Maria Alcina, Moreira da Silva, Artur
Moreira Lima, Cida Moreira, entre tantos outros;
- No Natal, esperar o Papai Noel e a Turma da Mônica chegar de helicóptero no
estacionamento do Shopping Iguatemi;
- Inauguração das lojas Americanas no centro da cidade;
- Do Zé-Tatá;
- Lembra dos lanterninhas?
- Ir passar férias na colônia de férias do SESC em Iparana e na COFECO era
tudo de bom;
- Dos comerciais da Varig: 'seu Cabral vinha navegando quando alguém logo foi
gritando - terra a vista! E foi descoberto o Brasil, e a turma gritava: bem
vindo seu Cabral! Mas Cabral sentiu no peito, uma saudade sem jeito, volto já
pra Portugal, quero ir, pela VARIG, VARIG, VARIG....'
- Do tempo em que o IJF (Instituto José Frota) era Assistência;
- Do bar Cabaré da Pirrita na Praia de Iracema (um barzinho irreverente na
época e freqüentado por políticos, intelectuais e músicos... até Ciro Gomes e
Fagner davam umas voltinhas por lá.)
- Assistir Tom Cavalcante fazer shows de graça na Beira Mar e Barzinhos da
cidade;
- Do tempo que criança usava calça enxuta (não existiam fraldas
descartáveis);
- As propagandas do Romcy que ficava na Br. Rio Branco com Liberato Barroso;
- Após o Jornal Nacional com Sérgio Chapelen e Cid Moreira você ouvia a voz
do Assis Santos dizendo: 'Amanhã o barato do dia Romcy é...'.he he he !!!!
'Romcy é Romcy, barato todo dia'!
- Surgia o Gerardo Bastos: onde um pneu é um pneu!
- O Bar Carinhoso na cobertura de um edifício no centro da cidade;
- Dos bailes infantis de carnaval no América, Círculo Militar, Country,
Líbano, Náutico, Diários, BNB e Clube B-25;
- Do corso da Av. Dom Manuel;
- Tempo das Tertúlias com 'luz negra';
- Estudar OSPB e Educação Moral e Cívica. É o novo!
- E a mais antiga de todas: Chupar rolete de cana que vinha fincado em uns
espetinhos. (Eita !!!)
- Calçar 'fonabô' e sandálias de 'borracha de pneu'. E as congas e os
kichutes usados para irmos ao colégio;
- E as cachaças 'Bagaceira', 'Chave de Ouro' 'Dandiz' (aquela vermelinha);
- E os cigarros Kent. Eldorado, Continental sem filtro, Dumorrier (pretinho),
Chanceler;
- O tri-campeonato do Ceará na década de sessenta!

Pense num lugar pai d'égua! Viajar no trem 'sonho azul'..
O ano todo com um calor de rachar o quengo.
Toda noite tem comédia e o povo é bonequeiro que só!
Tá pra nascer quem é Cearense que não é amancebado com esse lugar.
Tem é Zé prum cabra conhecer aqui e depois querer capar o gato.
Pode ser liso, estribado, vir de perto ou lá da baixa-da-égua.
Qualquer um fica arreado quando vê as praias daqui. Fica logo todo breado de
areia, depois se imbioca no mar e num quer mais sair nem a pau.
Depois de conhecer a negrada, então, vixe! Se o Estado é bom assim, avalie o
povo!
Tem gente de todo jeito: do fresco ao invocado, do batoré ao Galalau, dos
gato réi às espilicute, dos rabos-de-burros, do cabra-macho ao Fulerage e
muitas outras marmotas. Bom que nem presta! É por isso que nas férias dá uma
ruma de turista tudo doido por uma estripulia, porque sabem que isso aqui não
é de se rebolar no mato.
Só precisa dar um grau ou uma guaribada aqui ou ali, mas, mesmo assim, tá de
parabéns. Arre égua, ô corra linda, macho, o Estado do Ceará!!! É minha
gente isto também é um pouco de história da nossa Fortaleza. (autoria desconhecida)

Da terra de Clóvis Beviláqua

Um comentário:

Sérgio Almeida Franco disse...

Lembro de muito dessas coisas boas, principalmente das do tempo em que eu morava no Ceará.

Faz tempo !