sábado, 23 de abril de 2011

Soneto do Amor Total



Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

Fonte:www.pensador.uol.com.br

3 comentários:

Sérgio Almeida Franco disse...

Bons tempos os vividos pelo Vinícius de Moraes, o famoso "poetinha". Era quase que obrigatório para um jovem da época saber pelo menos um de seus poemas.

Anônimo disse...

Como é dificil ser feliz. Vinicius tinha tudo, mas parece que nada valorizava.
Foi casado nove vezes, fumava muito e dizia que a vida só tinha sentido depois da segunda dose. É uma pena que fosse assim. Arlindo

Sérgio Almeida Franco disse...

Acho que o "poetinha" foi feliz ao seu modo. Diplomata de carreira, obteve a ira do regime militar simplesmente por passar a escrever letras de músicas. Abdicou da carreira para se dedicar somente à música tendo como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho e Carlinhos Lyra, tendo criado verdadeiras pérolas da nossa MPB.