quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Comer pouco e bem é a chave para a longevidade


Por Cristina Almeida

Entre as grandes descobertas da biologia do envelhecimento, o geneticista Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica, aponta como estrelas as dietas de restrição calórica, eficientes desde que se mantenham níveis adequados de proteínas, vitaminas e minerais.

Segundo o médico, consumir menos calorias ajuda a inibir o metabolismo oxidativo, evitando a morte das células. Em outras palavras, a moderação faz com que o corpo use melhor o combustível das células. Algumas pesquisas sugerem, também, que a restrição aumentaria os níveis do hormônio do crescimento, beneficiando o funcionamento do organismo.
Myrian Najas, nutricionista e professora de geriatria e gerontologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que pesquisas sobre nutrição, envelhecimento e longevidade são os que mais se desenvolveram nos últimos tempos: "Existem muitas pesquisas que hoje tentam encontrar associação positiva entre nutrientes específicos e longevidade".

Apesar dessas iniciativas, a especialista concorda com a opinião de Raskin sobre o fato de que ainda serão necessários muitos estudos para que se possa concluir o mosaico que compõe as causas do envelhecimento.

"Normalmente as associações encontradas são ao acaso, como aquela verificada entre o consumo de azeite e a baixa mortalidade por doença cardiovascular descrita nos estudos realizados na região do Mediterrâneo."

A especialista ressalta ainda que o principal efeito de uma alimentação saudável durante a vida é o controle de doenças crônicas como a obesidade, o diabetes, a hipertensão arterial, e as dislipidemias (alterações metabólicas), que podem causar grande impacto no envelhecimento.

Indagada sobre os benefícios do resveratrol, substância presente na uva e no vinho, e festejada por cientistas americanos por suas propriedades antienvelhecimento, Najas explica que em vários estudos ele aparece como um fator protetor para as doenças cardiovasculares, o que indiretamente poderia proporcionar uma maior longevidade.

Para ela, porém, o futuro para a nutrição relacionada ao envelhecimento são os alimentos prebióticos e probióticos. Os primeiros são fibras alimentares não digeridas pelo nosso intestino e chamadas de frutooligossacárides (FOS), presentes na aveia, cevada e trigo, entre outros alimentos. Os segundos são lactobacilos encontrados nos alimentos lácteos fermentados."Tanto os pré como os probióticos têm como função manter e/ou melhorar a função imunológica no organismo", diz a especialista.

Outras dicas

Em um dos capítulos do seu recém-lançado "Guia dos Funcionais" (Ediouro), a pesquisadora e especialista em nutrição Jocelem Salgado ensina algumas dicas de alimentação para garantir o envelhecimento saudável:

- incluir na dieta pelo menos cinco porções diárias de amidos e cereais complexos, como cereais, pãees, arroz e trigo integrais, e leguminosas, como ervilha, lentilha, grão-de-bico, feijão e batata. Esses alimentos são fontes de vitaminas do complexo B e proteínas, principalmente quando se combinam cereais e leguminosas na mesma refeição;

- consumir pelo menos cinco porções diárias de vegetais e frutas, como brócolis, repolho, couve, vegetais amarelos como cenoura e abóbora, frutas cítricas, tomates e banana. Esses alimentos são ricos em vitaminas C e A, betacaroteno, riboflavina, folato, minerais e fibras - nutrientes necessários para prevenir doenças, em especial o câncer;

- incluir duas porções diárias de alimentos ricos em proteínas, como leite desnatado, queijo, iogurte e outros produtos lácteos. Esses alimentos são fontes de proteínas, cálcio e vitamina D - nutrientes necessários para prevenir a perda de minerais nos ossos.

Fonte: http://noticias.uol.com.br

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