A África do Sul não produz um cinema relevante, mas tem sido palco de filmes importantes sobre a conturbada e espetacular história recente do país.
Se você viu Invictus, de Clint Eastwood, ambientado no primeiro ano do governo Mandela, talvez seja interessante "andar para trás" na história e conhecer filmes que tratam do período imediatamente anterior - sempre lembrando que o que vemos na tela não é "a" história, mas uma determinada visão da história.
Entrou em cartaz há pouco tempo na África do Sul um filme que já está disponível em DVD no Brasil, Frente a frente com o inimigo, do britânico Pete Travis. Trata do período final do apartheid, mais precisamente das negociações secretas entre o governo sul-africano e os militantes do clandestino Congresso Nacional Africano no exílio ou na prisão (como o próprio Mandela) tendo em vista a transição para um regime democrático. É cinema político da melhor qualidade, enxuto, tenso, com uma pegada documental que lembra certos filmes de Ken Loach e os thrillers políticos que os italianos (Rosi, Petri) faziam tão bem nos anos 60 e 70.
E logo deve estrear na África do Sul a adaptação cinematográfica de um livro extraordinário, O Clube do Bang-Bang, sobre os fotógrafos sul-africanos que documentaram na linha de frente os sangrentos conflitos étnicos e políticos ocorridos no país no delicado período entre a libertação de Mandela (1990) e sua posse como presidente (1994). Ainda não vi o filme, dirigido por Steven Silver, mas entevistei para a Folha o autor do livro, o fotógrafo Greg Marinovich, que acompanhou as filmagens - realizadas nos próprios locais dos acontecimentos - e deu o seu aval.
Fonte: Blog do José Geraldo Couto
quarta-feira, 30 de junho de 2010
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