quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os riscos dos exercícios físicos intensos






Todos nós sabemos dos inúmeros benefícios dos exercícios físicos para a nossa saúde. Estamos acostumadas a orientar nossos pacientes a incluir ginástica em suas vidas como uma forma bem avaliada e comprovada de ampliar os efeitos de uma dieta balanceada e dos tratamentos medicamentosos para uma infinidade de doenças crônicas, principalmente aquelas associadas a risco cardiovascular.
No último mês de junho, uma equipe médica liderada pelo Dr Jame O'Keefe, do Hospital Saint Luke em Kansas City, conduziu um estudo que revelou algo preocupante. De acordo com o estudo, embora sejam reconhecidos os benefícios da atividade física moderada e regular, influenciando de maneira benéfica a longevidade, a saúde cardiovascular e a prevenção de doenças crônicas, exercícios físicos intensos poderiam levar a lesões miocárdicas de variada intensidade com riscos reais à vida dos atletas. O estudo foi publicado na revista médica Mayo Clinic Proceedings.
No dia 27 de março de 2012, Micah True, um famoso maratonista de 58 anos morreu subitamente durante um treino de rotina de 12 milhas, embora ele estivesse acostumado a distâncias muito maiores que essa. Micah chegava a correr 100milhas em um único dia. A autópsia do atleta revelou um coração aumentado de volume, além de lesões em seu coração que teria desencadeado uma alteração grave em seus batimentos cardíacos ou seja, uma arritmia cardíaca fatal.
De acordo com os cardiologistas que conduziram o estudo em Kansas City, o coração de Micah teria sido acometido por uma patologia desencadeada pelo excesso de atividade física e explicam o fato com semelhante ao excesso de qualquer medicamento estimulante do sistema cardiovascular. Esses medicamentos, que em doses certas protegem o coração, podem ser extremamente perigosos em doses acima das preconizadas. Assim, também, os exercícios físicos teriam o mesmo comportamento que esses medicamentos.
Os maiores riscos foram imputados às longas maratonas e provas de ciclismo, além das modalidades de triatlon. Atividade física intensiva e prolongada, com esses esportes e tantos outros praticados com a mesma intensidade, causariam lesões estruturais ao músculo cardíaco, de maneira repetitiva, por meses ou anos. A evolução de tais pequenas e múltiplas lesões seria a fibrose e quadros de arritmia cardíaca, algumas vezes fatais.
Nas conclusões do estudo em questão, seus autores afirmam que “pessoas fisicamente ativas são muito mais saudáveis do que aquelas sedentárias e que os exercícios físicos são os mais importantes itens para um estilo de vida saudável. Entretanto, o que esse trabalho científico revela é que os benefícios ocorrem numa faixa de atividade física leve a moderada e que a medida em que se intensifica mais e mais essa atividade, eles se tornam menos eficazes.” E ainda concluem que “além dos 30 a 60 minutos diários, nos alcançaríamos esse limite de benefícios e os retornos à saúde passariam a ser muito menores ou a não ocorrer.”



Fonte : Blog COMER SEM CULPA

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