Leiam que lindo texto de autoria de Flávia Assaife, a propósito da calamidade que se abate sobre o seu Rio de Janeiro.
O verão já tinha dito adeus, mas sua presença ainda era percebida por todos na cidade maravilhosa, calor de 40º graus, abafado, conduções cheias, roupas coladas, suor escorrendo, mas a vida ia seguindo seu curso... Seria normal, se não fosse trágica a situação de calamidade vivenciada por 12 horas de chuvas torrenciais, ao final de um dia de trabalho, quando todos estão nas ruas e nas conduções...
A chuva veio sorrateira sem prévio aviso, desaguou suas lágrimas sobre a cidade, sem dó, encheu ruas, derrubou árvores, os rios viraram mares com correnteza e ondas e, as pessoas, coitadas, trabalhadores a tudo assistiam desoladas. Não havia o que ser feito. Em vão, muitos tentavam se abrigar, fugir do caos, carros não conseguiam enfrentar a força das águas e tinham que ser abandonados ali mesmo, coletivos abarrotados de gente paralisados por mais de 3 horas sem conseguir sair do lugar, trens não conseguiam trafegar, estações do metrô inundadas. Caos urbano generalizado.
Pessoas que deixavam seus ambientes de trabalho por volta das 17:00 h só conseguiram (as que tiveram sorte), chegar em suas residências altas horas da madrugada: molhadas, com fome, exaustas de um cansaço provocado pelo medo, pelo descaso, pela falta de ação preventiva... Muitas no auge do desespero tentavam caminhar por onde fosse possível entregando-se a todo tipo de perigo, seja doença, bueiros, buracos. A água nos joelhos e até na altura da cintura intimidava, no entanto, sempre há os mais ousados, que se aventuravam no perigo sem fim... e, seja o que Deus quiser... Que Ele os proteja, desejamos nós!
O dia seguinte, hoje, outro caos, desabamentos, vidas perdidas, cidade parada, entregue aos desejos da natureza impiedosa que cobra o seu preço pela falta de urbanização, pelo lixo jogado nas ruas, pelo descaso com o meio-ambiente... Cidade parada, cidade debaixo d’água, cidade em luto derramando suas lágrimas...
Todos aprisionados em suas próprias casas, sem ter o direito de ir e vir e, dando graças a Deus por estar em um local seguro (bem, esperamos que seja). Flashes incansáveis na televisão mostrando a imagem do terror que a cidade se tornou. Autoridades implorando para que a população não saia de locais seguros e ela (a chuva) continua caindo... ora leve, pequena garoa, ora ameaça aumentar novamente... As ruas intransitáveis pela lama, lixo e detritos são o retrato de uma sociedade irresponsável pelos próprios atos e escolhas... Uma triste, triste realidade...
E, é esta cidade que pretende receber as Olimpíadas de 2016 e a Copa de 2014. É esta cidade conhecida por ser maravilhosa, por suas belezas naturais. É esta a cidade que precisa urgentemente de obras de infra-estrutura urbana, de saneamento, de conscientização da própria população para os riscos que ela mesma se submete por não respeitar o direito à vida!
É o rio de lágrimas que todos choram ao dar-se conta do cenário no qual estamos inseridos, o entorno plantado por todos nós. Sim, todos nós, governantes, autoridades, trabalhadores, seres humanos, todos habitantes do planeta Terra, alguns na cidade do RJ... Certamente cada um de nós poderia ter feito algo mais, cada um de nós poderia ter evitado jogar um papel no local inadequado, contribuir para a preservação do ambiente, orientar pessoas menos esclarecidas. Mas, no dia-a-dia há sempre outras prioridades, há sempre muitos afazeres, vida corrida... É, um dia a natureza cobra... E, nessa hora passamos a ter um pouco mais clara a noção de nosso descaso... Tomara ainda tenhamos tempo de melhorar, de rever, de consertar, de mudar o que sempre é dito. Sair do campo dos discursos, das idéias e partir para a ação, para os fatos, para as soluções.
O Rio chora um rio de lágrimas... Tomara que mais uma vez, não seja em vão!
A chuva veio sorrateira sem prévio aviso, desaguou suas lágrimas sobre a cidade, sem dó, encheu ruas, derrubou árvores, os rios viraram mares com correnteza e ondas e, as pessoas, coitadas, trabalhadores a tudo assistiam desoladas. Não havia o que ser feito. Em vão, muitos tentavam se abrigar, fugir do caos, carros não conseguiam enfrentar a força das águas e tinham que ser abandonados ali mesmo, coletivos abarrotados de gente paralisados por mais de 3 horas sem conseguir sair do lugar, trens não conseguiam trafegar, estações do metrô inundadas. Caos urbano generalizado.
Pessoas que deixavam seus ambientes de trabalho por volta das 17:00 h só conseguiram (as que tiveram sorte), chegar em suas residências altas horas da madrugada: molhadas, com fome, exaustas de um cansaço provocado pelo medo, pelo descaso, pela falta de ação preventiva... Muitas no auge do desespero tentavam caminhar por onde fosse possível entregando-se a todo tipo de perigo, seja doença, bueiros, buracos. A água nos joelhos e até na altura da cintura intimidava, no entanto, sempre há os mais ousados, que se aventuravam no perigo sem fim... e, seja o que Deus quiser... Que Ele os proteja, desejamos nós!
O dia seguinte, hoje, outro caos, desabamentos, vidas perdidas, cidade parada, entregue aos desejos da natureza impiedosa que cobra o seu preço pela falta de urbanização, pelo lixo jogado nas ruas, pelo descaso com o meio-ambiente... Cidade parada, cidade debaixo d’água, cidade em luto derramando suas lágrimas...
Todos aprisionados em suas próprias casas, sem ter o direito de ir e vir e, dando graças a Deus por estar em um local seguro (bem, esperamos que seja). Flashes incansáveis na televisão mostrando a imagem do terror que a cidade se tornou. Autoridades implorando para que a população não saia de locais seguros e ela (a chuva) continua caindo... ora leve, pequena garoa, ora ameaça aumentar novamente... As ruas intransitáveis pela lama, lixo e detritos são o retrato de uma sociedade irresponsável pelos próprios atos e escolhas... Uma triste, triste realidade...
E, é esta cidade que pretende receber as Olimpíadas de 2016 e a Copa de 2014. É esta cidade conhecida por ser maravilhosa, por suas belezas naturais. É esta a cidade que precisa urgentemente de obras de infra-estrutura urbana, de saneamento, de conscientização da própria população para os riscos que ela mesma se submete por não respeitar o direito à vida!
É o rio de lágrimas que todos choram ao dar-se conta do cenário no qual estamos inseridos, o entorno plantado por todos nós. Sim, todos nós, governantes, autoridades, trabalhadores, seres humanos, todos habitantes do planeta Terra, alguns na cidade do RJ... Certamente cada um de nós poderia ter feito algo mais, cada um de nós poderia ter evitado jogar um papel no local inadequado, contribuir para a preservação do ambiente, orientar pessoas menos esclarecidas. Mas, no dia-a-dia há sempre outras prioridades, há sempre muitos afazeres, vida corrida... É, um dia a natureza cobra... E, nessa hora passamos a ter um pouco mais clara a noção de nosso descaso... Tomara ainda tenhamos tempo de melhorar, de rever, de consertar, de mudar o que sempre é dito. Sair do campo dos discursos, das idéias e partir para a ação, para os fatos, para as soluções.
O Rio chora um rio de lágrimas... Tomara que mais uma vez, não seja em vão!
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