Luiz Fernando Veríssimo
Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio.
Eu tomo um remédio para controlar a pressão.
Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção.
Tô sofrendo de preção alto,
O médico mandou cortar o sal.
Comecei cortando o médico,
já que a consulta era salgada demais.
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico.
Sério!
Não sei mais o que é real.
Principalmente, quando abro a carteira
ou pego extrato no banco.
Não tem mais um Real.
Sem falar na minha esclerose precoce.
Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece!...
Aquela viagem? Esquece!...
Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece!...
Podem dizer que sou hipocondríaco,
Mas... Acho que tô igual ao meu time: nas últimas!.
Bem, e o que dizer do carioca!?...
Já nem liga mais pra balaperdida!...
Entra por um ouvido e sai pelo outro!...
Enviado por Déa de Almeida Azicoff, Rio de Janeiro/Rj
quinta-feira, 15 de abril de 2010
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