Jung conta que os índios Pueblos diziam que "os americanos eram loucos, porque pensavam que suas idéias se achavam na cabeça, ao passo que toda pessoa de juízo sadio pensa com o coração".
Ao longo de anos tenho falado sobre estes temas em nossos treinamentos e embora a conscientização desta realidade, continuamos a praticar em muitos momentos a inoportuna leitura mental e dificultamos o saber ouvir pelas imagens e perspectivas criadas.
É comum as tensões geradas por não sabermos o que está acontecendo ou se não acreditamos nas intenções. Qual deveria ser então a iniciativa? Na minha opinião o melhor momento de esclarecimento é o olho no olho, com a consciência de que ouvir não é simplesmente manter silêncio é meditar no que se ouve, procurando entender o lado da intenção positiva daquele comportamento, porque afinal a afirmação de que TODO COMPORTAMENTO TEM UMA INTENSÃO POSITIVA é verdade absoluta, resta a pergunta: QUAL? Ao identificarmos a intenção poderemos compreender e ao compreendermos podemos afastar os ressentimentos, as mágoas, os temores.
Juan Brandt em seu artigo "Os afetos e a razão", afirma que a razão e o sentir andam separados e que há pessoas que não sabem lidar bem com estas duas instâncias ao mesmo tempo. Uns profissionais buscam saídas racionais para seus conflitos e outros aos aspectos sentimentais e nos dois expedientes temos perdas importantes, porque não há como separar processo e indivíduo. Um faz parte do outro. Avaliar as possíveis conseqüências e reações podem fazer parte de um planejamento, mas definir como isto acontecerá, impossível. Resta então o risco que teremos que correr.
Quando o conflito é entre pessoas do grupo, mais complicado fica, em razão dos fortes vínculos pessoais e constrangidos buscarmos nos livrar do incômodo de forma impulsiva. Segundo Juan, pessoas com dificuldade para integrar afetos e razão também provocam perdas para si mesmas em termos de desempenho pessoal, alcance de metas, superação de desafios, carreira e segurança interior é muito comum entre eles, situações semelhantes em casa.
AUTO PIEDADE, um dos fatores que identifica a necessidade absoluta do reconhecimento também é notória em manifestações nestes contextos, levando impensadamente estas pessoas a pronunciar palavras agressivas, fora do contexto, porque desprovida de conhecimento das razões das duas partes, se posiciona do lado que lhe oferece mais atenção, ou lhe compensa com algum comportamento de elogios, etc.
Por fim vale lembrar a metáfora das 3 peneiras:
1. Peneira - Certifique-se se é verdade absoluta o que vai dizer. Se há dúvida, por menor que seja, não diga.
2. Peneira - Pergunte-se, é algo que você gostaria que falassem de você? Se não for algo que gostaria de ouvir, não diga.
3. Peneira – É importante para quem o que você tem a dizer? Passado pelo crivo dessas questões, use sua consciência e viva bem.
Fonte: Layr Quintino Malta
Enviado por Maria Luiza de Abreu Sobral, Fortaleza/Ce
quarta-feira, 7 de maio de 2008
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