Quintino Cunha
Quintino era um bom aluno. Às vezes, no entanto, tirava notas baixas por causa de sua mania de dar respostas irônicas quando as perguntas do professor eram capciosas, mania esta, de certo professor do ginásio que Quintino freqüentava.
Estava Quintino numa sabatina e o professor muito irritado, com as respostas irônicas e fora da matéria, quando entra na sala o bedel e pergunta se o mestre deseja alguma coisa. O Professor diz para o bedel:
- Traga um prato de capim!
Quintino, olha para o bedel e diz:
- Pra mim, apenas um cafezinho!...
(Do anedotário popular - Redação: Ceará-moleque)
Quintino Cunha
Biografia
(l875-1943)
Tido como rival, na verve e no anedotário, de Emílio de Menezes e Paula Ney, José Quintino da Cunha era orador fluente, ficcionista, poeta, ficando conhecido também pelas suas tiradas de bom humor, que o levaram a fazer parte de um anedotário brasileiro. Ele nasceu na atual cidade de Itapajé, antiga vila de São Francisco de Uruburetama, no dia 24 de julho de 1875.
A educação básica de Quintino Cunha foi feita praticamente na Escola Militar do Ceará, pois tinha veleidades de dedicar-se à vida da caserna. Extinta tal entidade, o poeta, que já versejava desde os quinze anos de idade e já mostrava seus dons oratórias, embarca para a Amazônia. Ali, recebeu "provisão" para advogar, antes mesmo de se formar em Direito, o que fará de volta à terra natal, em 1909.
Torna-se, desde então, no Ceará, orador consagrado, repentista, poeta boêmio, "não dando maior valia aos próprios méritos". Casando-se várias vezes, viveu em constante penúria financeira. O livro de versos mais famoso de Quintino Cunha, Pelo Solimões, segundo Raimundo de Menezes, foi publicado em Paris (1907) quando de uma viagem do poeta à Europa, isso antes de se formar em Direito de volta ao Ceará.
Para não fugir à estética de sua época, imposição do meio literário e dos contemporâneos, a poesia de Quintino Cunha presta tributo ao Romantismo e ao soneto decassílabo de inspiração parnasiana, mas com um destaque especial: o poeta usa expressões e locuções populares, o coloquialismo, o que teria levado João Quintino, seu irmão, e Mamede Cirino, a musicarem alguns de seus poemas.
Quintino Cunha ainda passa pela Assembléia Legislativa do Estado, como deputado (1913/1914), tendo morrido em Fortaleza, o "poeta de lúcida inspiração", no dia 1 de junho de 1943.
Nenhum comentário:
Postar um comentário