domingo, 13 de maio de 2012

Erros comuns dos pacientes


Se você se automedica e vive abandonando os tratamentos, leia esta matéria agora. É certeza de que essas falhas não serão mais cometidas!

por Rita Trevisan e Thaís Macena ilustração Sueli Mendes

Quem nunca tomou o remédio indicado pelo amigo ou abriu um exame para entendê-lo antes da consulta médica que atire a primeira pedra ou, talvez, a primeira cartelinha de comprimidos... Conscientes ou não, muitos de nós acabamos comprometendo o tratamento indicado pelo médico por conta de uma pseudovocação para a medicina, que nos autoriza a clinicar em causa própria. Mas errar no diagnóstico, no tratamento ou deixar de seguir as orientações médicas pode ser o suficiente para agravar muito o seu quadro, levando a complicações que podem ser fatais. Em alguns casos, um único comprimido a menos pode ser responsável por uma internação e piorar significativamente o quadro. O mesmo ocorre quando protelamos a visita ao médico e insistimos em tratar os sintomas de uma doença apenas com recursos paliativos. É bem provável que, ao procurar o médico, nessa situação, a doença já esteja avançada e o tratamento seja mais demorado. Assim, para convencê-lo a não cair nas tentações mais comuns que acometem os pacientes, a VivaSaúde ouviu especialistas, que contam como cada falha pode prejudicar a sua saúde. Leia a matéria e vá marcando os erros que já cometeu. Você se surpreenderá com a quantidade de vezes que sabotou a própria saúde. Comece já!
ESQUECER-SE DE TOMAR O REMÉDIO
Deixar de tomar um único comprimido, no caso de um tratamento contínuo de uma doença grave (diabetes ou a hipertensão), pode levar a complicações sérias e até à morte. "Na hipertensão, a suspensão pode causar uma crise e aumentar as chances de um problema cardíaco. No diabetes, a falha induzirá ao aumento da glicemia e até ao coma", diz o infectologista Guenael Freire, do Instituto Hermes Pardini (RS).
Para não errar: ao receber uma proposta de tratamento, discuta os detalhes com o seu médico. Veja se o remédio pode ser tomado num horário próximo às refeições, por exemplo. "O ideal é adaptar o tratamento à sua rotina. Converse com seu médico sobre a possibilidade de administrá-lo conforme a sua conveniência", indica Freire. E se ainda assim for difícil de se lembrar de tomar a medicação, associe esse compromisso a outra atividade (escovar os dentes, acordar, etc.). "Colocar lembretes ou a caixa do medicamento em locais visíveis ou programar alarmes no celular são outras estratégias", ensina o especialista.
NÃO CONTAR A SUA HISTÓRIA REAL AO MÉDICO
Exagerar ou minimizar os sintomas, omitir detalhes da sua história clínica ou do problema pode interferir na escolha do tratamento e induzir a erro de diagnóstico. "Uma febre pode indicar uma simples gripe ou leucemia. Uma dor nas costas pode ser da coluna, pode indicar pedra no rim ou um tumor", diz Jamiro da Silva Wanderley, professor da Unicamp (SP).
Para não errar: antes da consulta, tente se lembrar dos detalhes que deve mencionar, escreva os sintomas, como a doença apareceu e se alguém da família já sentiu o mesmo. Diante do médico, rejeite um diagnóstico rápido, fornecido sem a devida atenção ou a realização de um exame minucioso. Se for o caso, visite outros médicos até encontrar um com quem se sinta confortável para conversar francamente.

PARAR O TRATAMENTO APÓS MELHORAR
Os únicos medicamentos que podem ser esquecidos na gaveta assim que você se sentir melhor são os que tratam sintomas como resfriado ou dor de cabeça leve. Eles são vendidos sem receita e têm ação paliativa. Mas a maioria atua na causa do problema e deve ser usada pelo tempo indicado pelo médico. Há pesquisas sérias por trás das orientações médicas que mostram o tempo necessário de cada tratamento. A meta é controlar os agentes que provocam a doença e não apenas os sintomas. "Esse erro é frequente em pacientes que tratam a tuberculose. Nesse caso, a terapia deve durar pelo menos seis meses. É comum a pessoa apresentar melhora nas primeiras semanas e abandonar o tratamento. Mas os sintomas voltam intensos e mais graves", alerta o infectologista Freire.
Para não errar: siga à risca o tratamento durante o tempo indicado. Na pior das hipóteses, marque uma nova consulta com o mesmo médico e tire as suas dúvidas. Ou ouça uma segunda opinião. O conselho médico é que jamais se tome uma decisão tão importante sozinho. Está combinado?

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