domingo, 22 de agosto de 2010

Por que é difícil superar um rompimento amoroso?






A ciência traz algumas respostas

Quem passou por uma rejeição ou por um rompimento da relação amorosa sabe muito bem descrever o que sentiu no fundo de seu coração despedaçado. Esta brutal energia negativa é o revés da conquista romântica. É gerada quando o amor não é correspondido ou quando morreu como a vela que foi bonita acesa, mas que hoje é apenas um pedaço de cera derretida. Essa transformação provoca uma profunda perturbação psicológica e biológica em nosso corpo.

Quando começa um vínculo entre duas pessoas - seja ele amoroso ou não- cria-se uma rede de emoções e expectativas que gradativamente vai se fortalecendo, à medida que a intimidade, confiança e cumplicidade aumentam.

O rompimento e a rejeição desencadeiam um processo de perda e ruptura, caracteriza¬dos por ser um dos eventos mais estressantes na vida. O rompimento amoroso constitui a morte de um projeto individual e compartilhado.

Uma explicação biológica

A paixão é a fase inicial do amor e, frequentemente, vem acompanhada de desejo sexual e atração física. É incontrolável e involuntária. As pesquisas indicam que a paixão é um estado fisiológico temporário resultado da ação de várias substâncias, hormônios, além de áreas cerebrais ativadas, como o sistema límbico, nossa "central das emoções", e áreas com ação reduzida, como o córtex frontal, responsável pelo julgamento crítico e a racionalidade em relação ao parceiro escolhido.

Do ponto de vista químico, a paixão é muito semelhante ao vício. Um das regiões cerebrais intensamente estimuladas em ambas às situações é o Centro do Prazer e Recompensa (ou área tegmentar ventral) situada bem na área central do cérebro, onde está o sistema límbico. E, uma das principais substâncias liberadas é a dopamina, que "provoca" a sensação de prazer.

A antropóloga Helen Fisher e colegas usaram a ressonância magnética funcional para visualizar a atividade de algumas áreas cerebrais em dez mulheres e cinco homens que estavam muito apaixonados, mas tinham sido rejeitados pelos seus parceiros há aproximadamente dois meses.

Os participantes visualizavam alternadamente uma fotografia do seu amado que o rejeitou (estímulo positivo) e uma fotografia de um familiar, uma pessoa emocionalmente neutra (estímulo neutro), intercalado com um exercício de matemática.

O curioso é que para essas pessoas que sofreram o rompimento amoroso, as áreas ativas eram as mesmas daquelas pessoas que estavam apaixonadas. Ou seja, mesmo depois da ruptura do relacionamento, a pessoa continua tão ou mais apaixonada.

Uma das explicações evolutivas dos estudiosos é que como o objetivo primordial da natureza é manter, ao menos por um tempo, o casal junto por meio de uma ligação intensa e íntima (a paixão) com o objetivo de gerar filhotes, o período logo após a ruptura ainda sustenta (ou até, muitas vezes exacerba) a intensa ativação do centro do prazer. Isto provoca tentativas de reconquista com o intuito de buscar aquela potente e "única" fonte de prazer, que é o escolhido amado. É como se o cérebro fizesse um último esforço para trazer de volta o "objeto" que gera prazer e motivação para o ser apaixonado.

Infelizmente, essa busca um tanto desesperada pelo "objeto do prazer" traz dor e angústia. Por sinal, estes dois elementos são, provavelmente, consequência direta da ativação de certas áreas cerebrais após a ruptura. E, como as vias químicas ativadas são as mesmas do vício - por exemplo, da cocaína, algumas vezes a reconquista ou a "síndrome de abstinência amorosa" do outro passa pela violência, tais como violência física, tentativas de morte e até assassinatos.

Vale ressaltar que esses primeiros resultados sugerem também que as regiões cerebrais associadas com avaliação de riscos para grandes ganhos ou perdas, ponderações sobre as intenções e ações do ex-parceiro, avaliações das opções e regulação das emoções, aumentam sua atividade quando alguém é rejeitado por um parceiro amado. Isto é, após o rompimento as pessoas vão aprendendo a lidar com a perda do outro e esse processo demanda tempo.

A velha receita para curar a dor

Por isso, o que pode ajudar um coração partido a superar a dor, é a boa e velha receita prática: dar um tempo para o processo natural da perda; se distanciar do outro; olhar em volta e descobrir, aos poucos, que a vida continua, e que nada como um novo amor para "curar" o passado. Não desista de encontrar o seu verdadeiro amor!


Fonte: Site Qualidade de Vida/UOL

Um comentário:

Cristina Distribuidora Forever Living disse...

Perder quem se ama, é uma dor muito dificil de superar.