Mulheres atraentes levam a pior em processos de seleção para funções "masculinas"

Pessoas atraentes tendem a ter uma discreta vantagem na hora de arrumar um emprego. Mas um novo estudo mostra que, no caso de mulheres em processo de seleção para cargos considerados masculinos, a beleza pode ser um fardo. As informações são do site LiveScience.

Mulheres atraentes costumam ser discriminadas quando avaliadas para empregos “de homem” nos casos em que a aparência não é fundamental para o trabalho em questão, segundo estudo publicado no Journal of Social Psychology. Isso inclui cargos como gerente de pesquisa e desenvolvimento, diretor financeiro, engenheiro mecânico e supervisor de construção.

“No caso dessas profissões, ser atraente é uma desvantagem para a mulher”, afirma o autor do estudo Stefanie Johnson, professor de administração da UC Denver Business Schol. “Em todos os outros tipos de emprego, as mulheres atraentes têm preferência. Esse não é o caso para os homens, o que mostra que ainda existem dois padrões diferentes quando se trata de gênero.”

Segundo Johnson, pessoas bonitas tendem a ter melhores salários, melhores avaliações de performance, níveis mais altos de admissão em cursos, melhores índices de votação em cargos públicos e julgamentos mais favoráveis em processos judiciais.

Mas Johnson descobriu que essa vantagem nem sempre se aplica às mulheres. Em um experimento, participantes receberam 204 fotos de estudantes universitários (todos caucasianos e vestidos com figurino executivo) e foram convidados a dar notas de um a sete de acordo com o nível de atratividade do modelo da foto.

Depois, eles tinham que determinar para quais ocupações cada estudante era mais adequado. Pessoas consideradas mais atraentes foram mais indicadas para os trabalhos, mesmo para cargos em que a aparência não é importante. No entanto, mulheres bonitas foram menos indicadas para os cargos “masculinos”.

Em um segundo experimento, os participantes tiveram que escolher candidatos para quatro empregos: agente penitenciário, vendedor de carros, secretário e assistente social. Os primeiros dois foram considerados masculinos, e os dois últimos, femininos. A aparência foi considerada algo irrelevante para guardas de cadeia e assistentes sociais, mas importante para vendedores de carro e secretários.

Os resultados mostraram que as mulheres atraentes receberam mais indicação para os cargos femininos e para o de vendedor de carro. Já para a função de agente penitenciário, para a qual o aspecto físico não tem importância, as mulheres mais bonitas foram menos indicadas. Para os homens, a atratividade foi um quesito importante para todos os cargos.

“Há quem argumente que, sob certas condições, a aparência física é uma justificativa legítima para a contratação”, diz Johnson. “Em cargos que exigem contato direto com os clientes, pessoas atraentes podem ter melhores resultados do que as menos atraentes. Mas é importante que a atratividade tenha peso semelhante para homens e mulheres, para evitar discriminação."


Fonte: Site Comportamento/UOL