quinta-feira, 22 de julho de 2010

Maternidade x tabaco: uma relação perigosa

O número de mulheres fumantes já chega a 20% do total da população que utiliza o tabaco. O problema é que o cigarro costuma fazer mais mal a elas do que a eles

Por Bruno Godoy


No dia Mundial contra o tabaco, comemorado 31/05, uma questão que vem crescendo nos últimos tempos, aflige os especialistas e os profissionais da área de saúde: atualmente, o número de mulheres fumantes chega a 20% de toda a população que utiliza o tabaco.

Outra informação importante, é que o tabagismo feminino, causa mais danos do que aos dos homens. O uso do tabaco interfere na fertilidade, na gestação e pode causar sérios problemas aos recém nascidos.

Sobre a questão fértil, a mulher fumante apresenta uma menor capacidade de formar o óvulo, podendo em alguns casos chegar à infertilidade. Para ginecologista Alexandre Faisal, "os óvulos podem perder em qualidade".

Já no início da gestação é recomendado para todas as mamães parar de fumar imediatamente. Segundo a ginecologista e obstetra Silvana Chedid, caso o conselho não seja seguido, um aborto espontâneo pode acontecer. "Em fumantes, podem ocorrer problemas cromossômicos que resultam em abortamento e maior probabilidade de incidência de óbitos".

Além desses, mais problemas podem acontecer para gestantes usuárias de tabaco. "Os nutrientes chegam em menores quantidades, impedindo que o bebê ganhe peso. Doenças hipertensivas também tem maiores chances de acontecerem", diz Silvana. Faisal explica que "quanto mais a mãe fuma, menor será o peso do recém nascido. É uma questão proporcional".

Após o nascimento do bebê

Para quem acha que os problemas da maternidade para fumantes acabam por aí, está enganado. O período pós-natal oferece muitos riscos para o recém nascido. "Há uma associação entre os problemas respiratórios de um bebê com pais que fumam em casa", diz Faisal.

Ainda assim, com todos estes perigos em vista, as mulheres têm mais dificuldades em parar de fumar do que os homens. Isso porque, muitas delas relacionam o fim do uso do tabaco com o aumento de peso.

"Uma mulher que planeja a sua gestação deve refletir seriamente na sua responsabilidade diante do bebê que vai nascer e abandonar mitos bobos como este que impede as mulheres de largar o vício: ela não engordará se não substituir o cigarro por comida", observa Silvana.

No Brasil, 200 mil pessoas morrem devido ao tabagismo por ano. Já no mundo, são cerca de 4,3 milhões de óbitos, segundo dados a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diversas formas de tratamento para ajudar as pessoas a pararem de fumar já foram criadas. "Adesivos, medicamentos, além de outros procedimentos têm como função diminuir a dependência dos indivíduos. Porém parar é uma questão pessoal", finaliza Silvana.

Os principais problemas causados pelo uso do tabaco




Respiratórios: câncer de pulmão e enfisema pulmonar. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram na vida, enquanto entre ex-fumantes é cerca de 4 vezes maior. Fumantes de 1 a 14 cigarros, 15 a 24 cigarros e mais de 25 cigarros têm, respectivamente, risco 8, 14 e 24 vezes maior de morte por este tipo de câncer do que pessoas que nunca fumaram.

Cardíacos: aumenta o risco de infarto - principalmente em pessoas que estão realizando tratamentos (uso de pílulas).

A cessação de fumar reduz consideravelmente o risco de morte por causas associadas ao tabaco, aumentando em 9 anos a sobrevida média de uma população.

Fonte: Revista Saúde

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