Bem aventurados aqueles que compreendem meus passos vacilantes e minhas mãos trêmulas. Bem aventurados aqueles que percebem que meus olhos já estão nublados e minhas mãos são lentas.
Bem aventurados os que desviam o olhar, simulando não terem visto o café que derramei sobre a mesa.
Bem aventurados os que sorriem e dedicam um pouco do seu tempo a me escutar e a me ajudar a passar meu tempo.
Bem aventurados os que podem me doar um pouco de carinho e afeto e assim me fazer sentir que não estou tão só.
Bem aventurados aqueles que acreditam que a velhice não é uma doença e sim uma fase da vida, uma fase bonita, uma fase onde as coisas do mundo já não são mais tão importantes, onde o que realmente vale é lembrar, são as alegrias que passaram, os sorrisos que foram dados, os problemas que foram resolvidos, a vida que foi construída.
Chegar à velhice é uma benção, é ter certeza que todos os momentos difíceis que foram vividos não foram só um sofrimento e sim uma conquista, um crescimento.
Estar velho é comprovar que fraqueza física não interrompe as possibilidades de sermos felizes. Chegar à velhice é ter a certeza mais concreta de que Deus existe e que o seu amor é tão grandioso que é capaz de nos devolver a inocência da infância e assim voltarmos a ser criança. Bem aventurados são aqueles que acolhem os seus idosos, não como um peso, mas como uma benção de Deus.
Texto lido por Beatriz para sua neta Flávia há cerca de 30 dias. Enviado por Flávia Franco, Fortaleza/Ce
sexta-feira, 20 de junho de 2008
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