sexta-feira, 10 de maio de 2013

LÁGRIMAS DO AMOR E DA SUADADE.

POR JOÃO EUDES COSTA Neste dia em que se prestam justas homenagens às mães, não se riam de minha fraqueza, tenham piedade de meu pesar, deixem-me chorar. A nostalgia não cabe em meu peito, que sinto querer explodir, porque não consigo, de outra maneira, expressar a saudade que, neste momento, sinto de minha mãe. Estas lágrimas escrevem para ela um poema que não sei compor, para retratar o afeto e a saudade que são sinônimos de meus sentimentos. Esforço-me para rir, mas não consigo superar a emoção. Podemos fingir e enganar muita gente, mas o meu coração não me deixa mentir, porque ninguém o poderá fazer gargalhar, pois está envolto numa grande dor. Estas lágrimas podem representar minha fraqueza perante os que riem, porém as considero sublimes porque refletem o meu sagrado amor filial. Quero que este pranto fale do grande amor que tenho por minha mãe, que partiu, deixando-me o legado da gratidão. Não se é feliz sorrindo para ocultar a tristeza, temendo que outros se divirtam, zombando de nossa melancolia. Num momento de tantos festejos um olhar saudoso não consegue mentir, através de um sorriso banhado por sentidas lágrimas. Desejo apenas que a minha prece de saudade tenha força para subir ao céu e encontrar-se com a fulgurante estrela que minha mãe representa no firmamento Divino, abraçando-a e revelando a minha mensagem, confessando que, desde a sua partida, ando procurando-a em todas as esquinas de meu mundo de ilusão. Choro, sem consolo, com os olhos fitos na lembrança de minha mãe. Não é fraqueza, porque os fortes também choram. Quem sorri de amor, também um dia há de verter lágrimas, porque só vive eternamente sorrindo, quem nunca amou, porque jamais experimentou a dor da eterna separação. Mamãe a senhora partiu muito cedo. Sei que Deus a chamou para uma nova e nobre missão. Por que não pediu ao Divino Mestre para me levar a seu lado? Sou grato por tudo que me ensinou, o tanto que me protegeu, pelo imenso amor que me dedicou e pelos caminhos do bem que me ensinou a caminhar. Tenho certeza, porém, que, ao seu lado na sua nova missão, eu ainda tinha muito que aprender. Ficaria mais forte para palmilhar os impérvios caminhos da vida. Mais humilde para vencer a arrogância. Menos egoísta para superar a ambição. Pensaria mais nos outros, pois foi esta lição de desprendimento que a senhora sempre ensinou na prática da caridade que fez aos pobres e aos desamparados, excluídos pela sociedade desumana. Receba querida mamãe as minhas lágrimas da saudade e delas faça um colar de pérolas e ponha sobre o seu peito, para que eu permaneça sempre perto de seu coração. João Eudes Costa (João Eudes Costa é aposentado do Banco do Brasil e Presidente da Academia Quixadaense de Letras)

2 comentários:

Anônimo disse...

João Eudes é meu conterrâneo e amigo de infância.É homem de muita leitura e brilhante inteligência.
Sempre considerei Quixadá pequeno para contê-lo, mas ele sempre desejou morar na nossa Cidade, prestigiando e dignificando o meio em que vive.
Tem vários livros publicados, todos muito bem aceitos pelos leitores.
Arlindo

vera lúcia Pinheiro disse...

Faz muitos anos que não vejo João Eudes, mas na minha infância lembro de visitar sua casa com minha Avó, e com Tia Maria Alice que era cunhada de minha bisa Vópeta.