sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cansaço que faz adoecer

É quase impossível evitar que as pressões do cotidiano causem problemas de saúde, muitas vezes graves; a boa notícia é que podemos diminuir esses efeitos negativos criando “brechas de prazer” na rotina, em vez de esperar por alguns dias de férias uma ou duas vezes por ano




Fim do ano. É nesse período que muita gente constata o inevitável: as energias estão se esgotando. O que parecia apenas sinal de cansaço, principalmente para aqueles que passaram vários meses sem folgas mais longas, não raro se transforma em lapsos de memória e irritação. Nos casos graves de exaustão aparecem sintomas como enxaqueca, dor nas costas e no estômago (e às vezes até úlcera), queda acentuada de cabelos e síndrome do intestino irritável. Por trás do desconforto físico está aquela conhecida palavrinha: estresse. Muitos torcem o nariz quando algum médico, psicólogo ou outro profissional da saúde cogita esse diagnóstico, mas há um fato que não se pode negar: associado a muitos problemas que atacam os órgãos ou regiões específicas do corpo está o esgotamento.


Não é segredo que a natureza dotou nossos antepassados pré-históricos com uma ferramenta para ajudá-los a enfrentar ameaças: um sistema rápido de ativação capaz de aguçar a atenção, acelerar as batidas do coração, dilatar os vasos sanguíneos e preparar os músculos para lutar ou fugir de um predador que invadia a caverna. Porém, nós, os humanos modernos, estamos constantemente sujeitos ao estresse decorrente do estilo de vida contemporâneo: excesso de trabalho, barulho, pressão social, doenças físicas e desafios intelectuais. Como resultado, muitos órgãos de nosso corpo são atingidos por uma descarga implacável de sinais de alarme que podem danificá-los e nos fazer adoecer.


Apesar das mudanças no estilo de vida, nosso sistema cerebral ainda excita rapidamente o coração, os pulmões e outros órgãos, preparando-nos para enfrentar o perigo ou fugir dele. Afinal, hoje não são as feras que nos incomodam, mas o trânsito caótico, a sobrecarga de tarefas, os chefes intransigentes, os colegas medíocres dos quais dependemos, o risco de sermos assaltados e tantas outras ameaças. E quando enfrentamos estressores da vida moderna, o sistema pode bombar¬dear o corpo com sinais de alarme, capazes de comprometer nossa saúde.


Quando a visão, a audição ou os pensamentos indicam estresse, o hipotálamo inicia uma reação em cadeia, que envolve a amígdala e as glândulas pituitárias e adrenais, conduzida por impulsos nervosos e uma cascata de hormônios, entre eles o CRH, o ACHT e os glucocorticoides. Se os cientistas conseguirem determinar exatamente quais células receptoras no cérebro e nas glândulas propagam os sinais de esgotamento, poderão criar drogas específicas para interferir nesse processo, poupando os órgãos do esforço que o estresse provoca.


Fonte: Blog Cérebro e Mente/UOL

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