Economia da saúde
Tatiana Clébicar
O Brasil gasta R$ 37 milhões anualmente com tratamento e benefícios previdenciários para os 2.655 não-fumantes que morrem por doenças causadas pelo fumo passivo. Um levantamento realizado pela Coordenação do Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), a pedido do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mostra que o Sistema Único de Saúde arca com R$ 19,15 milhões para a assistência a esses pacientes e o Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) gasta R$ 18 milhões com o pagamento de pensões a famílias de pessoas cuja morte poderia ser evitada.
Para o estudo "Impacto do Custo de Doenças relacionadas com o tabagismo passivo no Brasil", os analistas se basearam em dados do DataSUS e na pesquisa "Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil", desenvolvida por pesquisadores do INCA e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ. Foram levados em conta os custos das três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: doenças isquêmicas do coração, entre elas infarto, acidentes vasculares cerebrais e câncer de pulmão. Os dados dizem respeito a populações urbanas com 35 anos ou mais e exposta ao cigarro involuntariamente dentro de suas casas.
Doenças de coração são as mais caras
De acordo com o levantamento, a maior parte dos gastos é com doenças do coração: 64% dos R$ 19,15 milhões são empregados no tratamento dos fumantes passivos que infartam. As doenças cardíacas isquêmicas causa a morte de 1.224 não-fumantes por ano. O custo anual médio com pensões ou benefícios pagos pelo INSS é de R$ 8,4 milhões por ano.
As 1.359 vítimas de acidente vascular cerebral consomem R$ 6,65 milhões em tratamentos e R$ 9,35 milhões em seguridade social. No caso do câncer de pulmão, que vitima 72 pessoas por ano, os cuidados médico-hospitalares somam R$ 302 mil e os gastos previdenciários, R$ 500 mil.
Fonte: O Globo
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