RUY CASTRO
Um antigo presidente americano, Calvin Coolidge, já entrado em anos, só pensava em mulher. Na verdade, era um militante da galinhagem, embora não muito ativo com a esposa. Certa vez, o casal Coolidge visitou uma feira de gado na Filadélfia.
Lá pelas tantas, mostraram à sra. Coolidge um cavalo velho, mas ainda grande reprodutor, capaz de cobrir várias vezes por dia. A primeira-dama ficou impressionada. Virou-se para o marido e lhe falou da performance do bicho. Coolidge também ficou impressionado. Só que perguntou, na frente de todo mundo: "Mas com a mesma égua?".
Desde então, a teoria sobre a natureza poligâmica do macho de qualquer espécie ganhou em biologia o nome de "efeito Coolidge". Significa que a natureza -que não liga para o sexo e só quer saber da reprodução- predispõe o macho à variedade, para que ele não desperdice sêmen com fêmeas que já inseminou e, ao contrário, insemine quantas fêmeas puder. Já a fêmea, depois de inseminada, teria mais o que fazer do que sair seduzindo outros machos -daí ser monogâmica. É o que diz a teoria, não eu.
Um livro recém-lançado, "O Mito da Monogamia", dos americanos David Barash e Judith Eve Lipton, ele, zoólogo, ela, psiquiatra, discorda dessa teoria e dessa monogamia feminina. Parece que, enquanto o homem continuou igual a qualquer macho, a mulher evoluiu em relação às outras fêmeas.
Como estas, ela também precisa pesquisar o mercado até encontrar o homem que "ama", ou seja: que goste dela, exiba "bons genes" e possa sustentar a prole. Mas, às vezes, descobre que se enganou. Se esse homem não perde um capítulo da novela, dorme de meias e torce pelo Bonsucesso, ela pode continuar a amá-lo, mas não fica parada: deixa-o na reserva e vai à procura de outro, com genes mais excitantes.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
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