Descubra quais são os melhores exercícios para manter a boa forma mental
POR STELLA GALVÃO / ILUSTRAÇÃO TATO ARAÚJO - Revista VIVA SAÚDE
Você passou parte da vida ouvindo que atividade física é fundamental para a saúde, certo? Provavelmente nunca ocorreu à maioria de nós que o cérebro igualmente precisa de malhação e, quanto mais envelhecemos, maior atenção deve ser dada às nossas conexões nervosas para ativá-las constantemente e mantê-las azeitadas, funcionando bem e melhorando nossas respostas mentais. Ou seja, muda a localização, mas o mecanismo da chamada "neuróbica", que atua no sistema nervoso central, é o mesmo da aeróbica que bota o corpo em movimento. "Esse termo é usado quando usamos os cinco sentidos por meio de atividades não rotineiras. Este exercício tem o objetivo de manter um nível constante de capacidade mental mesmo com o passar dos anos", explica a psicóloga Paula Teixeira Fernandes, doutora em Neurociências pelo departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A ideia, como ela exemplifica, é que possamos utilizar várias informações sensoriais como os gestos e o cheiro de uma pessoa que acabamos de conhecer, além de guardar seu nome ou fisionomia. Assim, o cérebro terá mais elementos para "lembrar" futuramente daquela a pessoa. Esse exemplo pode ser aplicado a qualquer situação do cotidiano. Para lembrar onde ficou o carro no estacionamento, reúna o maior número de informações (número e letra da coluna, a sinalização, elevador ou escada próxima etc.). Os estímulos contribuem para a formação de novas sinapses, a comunicação que ocorre todo o tempo entre os neurônios, as células que constituem nossa matéria cerebral. É a "plasticidade cerebral", que define as mudanças que ocorrem na estrutura ou da função no cérebro frente a um estímulo, seja ela de origem interna ou externa. Assim, a malhação cerebral está no fornecimento de estímulos contínuos, como diz Li Li Min, professor associado de Neurologia da Unicamp e doutor em Neurociências pela Mcgill University, Canadá.
Quanto mais, melhor
Essa dica de usar para expandir é a base das novas teorias expansionistas em matéria de neurônio. "Quanto mais se usa o cérebro, melhor e mais saudável ele se torna", diz a neurocientista Suzana Herculano, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não basta reaprender, reelaborar, raciocinar. O corpinho também participa ativamente do processo, como diz Suzana. "A prática do exercício físico ajuda a regular o mecanismo da resposta ao estresse, o que repercute favoravelmente no hipocampo, região do cérebro responsável pelas memórias novas."
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