Jornalista lança biografia de Padre Cícero, enquanto Vaticano estuda a reabilitação do religioso
Devotos carregam o caixão do Padre Cícero em Juazeiro do Norte, no Ceará, em 1934
SYLVIA COLOMBO EDITORA DA FOLHA ILUSTRADA
"Nosso Senhor não iria deixar a Europa para fazer milagres no Brasil." A frase teria sido dita por um religioso francês durante o período em que o padre Cícero Romão Batista (1844-1934) tentava provar que estranhos acontecimentos na paróquia que comandava, em Juazeiro do Norte, eram legítimas manifestações de Deus e não delírio de um bando de sertanejos fanáticos.Pois agora, mais de setenta anos depois de morto, o líder religioso cearense tem a chance de ser aceito. O Vaticano, por obra do papa Bento 16, tem discutido a reabilitação do padre, que morreu proscrito. Seria o primeiro passo para uma provável canonização no futuro.
Por conta desse processo, a Igreja facilitou o acesso a documentos até então restritos a um jornalista também do Ceará, Lira Neto, 45. Ele já vinha estudando o tema há muitos anos, mas, até então, sem poder consultar essa documentação de primeira mão.
"Padre Cícero - Poder, Fé e Guerra no Sertão", que chega às livrarias na próxima semana, não é o que pode sugerir a circunstância, ou seja, um relato parcial sobre o personagem.Trata-se de um aprofundado e isento estudo biográfico apresentado por meio de uma narrativa envolvente.Em entrevista à Folha, Lira Neto disse: "Os que confiaram documentos a mim sabem que eu não sou religioso e que não faria algo laudatório, mas, sim, um retrato equilibrado".
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