Manoel Schlindwein - Revista Superinteressante
O sonho de ter na cozinha uma máquina que gele a cerveja na velocidade em que o forno de microondas aquece os alimentos deve continuar distante. Produzir calor é fácil, basta colocar as coisas em movimento.
Conseguir baixas temperaturas é mais complicado e demanda mais tempo. No microondas, o calor é gerado a partir da ação de um campo eletromagnético que agita as moléculas de água da comida. É sua vibração que aquece as coisas lá dentro.
Já a geladeira funciona graças a um pequeno truque termodinâmico: um gás circula constantemente por uma serpentina e, ao passar por um ciclo de compressão e descompressão, “rouba” calor da câmara de refrigeração. “Em essência, uma geladeira atual não é diferente de uma de 100 anos atrás”, diz o professor João Pimenta, coordenador do Laboratório de Ar Condicionado e Refrigeração da UnB.
Hoje, os refrigeradores mais potentes conseguem transformar água em cubos de gelo em cerca de 15 minutos – e a coisa não deve passar muito disso. Tanto acadêmicos quanto profissionais da indústria são pessimistas quando o assunto é chegar a temperaturas negativas em questão de segundos. “Por mais pesquisas que se façam, não vejo futuro promissor na área”, afirma o físico Marcelo Knobel, da Unicamp. “Um entrave sério para o desenvolvimento de novos produtos é a legislação ambiental, que proíbe o uso de certos gases usados no processo”, explica Claudio Melo, especialista em refrigeração da UFSC.
Os estudiosos sugerem que a refrigeração a partir de ímãs ou de som (ou melhor, da potência acústica de uma onda sonora), ainda em desenvolvimento, possa trazer novidades. A chance de esses estudos levarem a uma geladeira instantânea, infelizmente, é remota.
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