Raimundo dos Queijos, personagem famoso no movimentado Centro de Fortaleza, é tema de documentário dirigido por Victor Furtado
FOTO: KIKO SILVA
Produção da Alumbramento, “Raimundo dos Queijos” registra as vivências dos frequentadores do tradicional bar no Centro de Fortaleza
Raimundo de Oliveira Araújo está no lugar há mais de 30 anos, vendendo queijos e algo para beber. Seu bar fica na Travessa Crato, entre as ruas Conde D'Eu e General Bezerril, no Centro de Fortaleza, área nobre de histórias e memória da cidade. Contudo, há pouco mais de 10 anos o bar Raimundo dos Queijos formou uma clientela fiel, interessada não apenas em comprar carne de sol de Caicó e queijos de Tauá.
Eles vão ali beber um aperitivo, encontrar os amigos e aproveitar a companhia dos personagens que povoamo lugar. É o caso dos membros da Confraria do Raimundo dos Queijos – grupo criado por frequentadores que adotou o irreverente lema de que “Todos aqui são loucos... uns pelos outros”.
O melhor dia, recomendam os conhecedores, é o domingo. Ou quem sabe uma sexta-feira especial. Como hoje, data do lançamento do curta-metragem “Raimundo dos Queijos”, dirigido por Victor Furtado. O filme contou com recursos do edital Revela Ceará Jovem, da Secretaria da Cultura do Estado. Chega com um ano de atraso (graças à lentidão dos tramites dentro da Secult), mas com o tema ainda quentinho, vivo.
Primeira mão
“Filmamos entre junho e julho e finalizamos em dezembro. Achei que a primeira exibição dele deveria acontecer no próprio bar, para fechar o ciclo. Afinal, o filme envolve muita gente, o próprio Raimundo, gente da Confraria. Queria que eles vissem o resultado em primeira mão. Dia 28, ele será exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais. Não sei mais que caminhos ele irá tomar depois disto”, conta o diretor Victor Furtado.
Ficção/Não-ficção
“Raimundo dos Queijos” é como um espelho. Fala do lugar homônimo, mas também diz muito de seu realizador. “Gosto muito de bar, de boteco. Já tinha me encantado pelo Bar do Chaguinha (Rua Padre Francisco Pinto, 144 - Benfica), quando conhecid o do Raimundo. Ele é meio que uma coisa de família, um ponto de encontro onde todo mundo se conhece, todo mundo se fala. E é um espaço de resistência, já ocupa do Centro no domingo. Fui vivenciando aquele lugar até encontrar uma forma de transformar aquilo de cinema. O filme é um olhar meu pra aquele lugar, a partir de uma perspectiva ficção”, conta.
Ficção? O filme sobre o Raimundo dos Queijos não era um documentário? “Se você quiser classificar, pode dizer que ele é um documentário. Apesar de esse elemento de ficção, de ter personagem. Acima de tudo, é um filme. Então, tem esta mistura de um e de ourtro. Tenho uma pesquisa forte com o documentário.Mas filme, pra mim, é filme. Faço qualquer filme. Acima de tudo, esta combinação é uma relação com o cinema, para além de qualquer classificação”, responde Furtado.
Entre amigos
O questionamento sobre a validade do enquandramento dos filmes em categorias rídigas, não é o único colocado pelo realizador. Nas peças de divulgação do filme, o nome de Vitor Furtado é listado entre muitos outros, todos colaboradores na produção de “Raimundo dos Queijos”. Pedro Diógenes, Luiz Pretti, Ricardo Pretti, Maíra Bosi, Igor Grazianno, Victor de Melo, Fred Benevides, Danilo Carvalho e Eudes Freitas: todos participantes ativos da movimentada cena de jovens realizadores de audivisual do Ceará.
Dividiram entre sí funções como a de assistente de direção, montagem, edição de som e fotografia.
“‘Raimundo dos Queijos’ é um filme dirigido por mim. Ele tem muito a minha cara. Mas o processo de produção foi todo coletivo. Eu gosto de trabalhar assim.
Esse trabalho agregou muita gente e todas essas pessoas, para mim, tiveram uma importância igual na realização do filme. Todos estão no mesmo patamar. E sair o nome de todo mundo no convite é uma questão de reconhecimento e também uma postura que serve para contestar esta hierarquia cinematográfica, de o trabalho é de uma pessoa, que um é mais importante que o outro”, explica Victor Furtado.
Para o realizador, o filme é um feliz resultado do profissionalismo e da amizade dos envolvidos. “O tema, sem dúvidas, ajudou. É muito agradável pra todo mundo. Você imagina receber um convite, para ir fazer um filme num bar. Alí perto da casa do Fred. É a coisa de fazer o filme junto. E acho que não existe de outra forma de fazer, pelo menos aqui no Brasil”.
Exibições
Com 16 minutos de duração, “Raimundo dos Queijos” será exibido pelo menos três vezes ao longo da noite, com intervalos de cerca de meia hora.
MAIS INFORMAÇÕES
Exibição do documentário "Raimundo dos Queijos". Às 18 horas, no bar Raimundo dos Queijos (Travessa Crato, 44 - Centro).
Contato: (85) 8748.1505
DELLANO RIOS - DIÁRIO DO NORDESTE - FORTALEZA/CE
REPÓRTER
FOTO: KIKO SILVA
Produção da Alumbramento, “Raimundo dos Queijos” registra as vivências dos frequentadores do tradicional bar no Centro de Fortaleza
Raimundo de Oliveira Araújo está no lugar há mais de 30 anos, vendendo queijos e algo para beber. Seu bar fica na Travessa Crato, entre as ruas Conde D'Eu e General Bezerril, no Centro de Fortaleza, área nobre de histórias e memória da cidade. Contudo, há pouco mais de 10 anos o bar Raimundo dos Queijos formou uma clientela fiel, interessada não apenas em comprar carne de sol de Caicó e queijos de Tauá.
Eles vão ali beber um aperitivo, encontrar os amigos e aproveitar a companhia dos personagens que povoamo lugar. É o caso dos membros da Confraria do Raimundo dos Queijos – grupo criado por frequentadores que adotou o irreverente lema de que “Todos aqui são loucos... uns pelos outros”.
O melhor dia, recomendam os conhecedores, é o domingo. Ou quem sabe uma sexta-feira especial. Como hoje, data do lançamento do curta-metragem “Raimundo dos Queijos”, dirigido por Victor Furtado. O filme contou com recursos do edital Revela Ceará Jovem, da Secretaria da Cultura do Estado. Chega com um ano de atraso (graças à lentidão dos tramites dentro da Secult), mas com o tema ainda quentinho, vivo.
Primeira mão
“Filmamos entre junho e julho e finalizamos em dezembro. Achei que a primeira exibição dele deveria acontecer no próprio bar, para fechar o ciclo. Afinal, o filme envolve muita gente, o próprio Raimundo, gente da Confraria. Queria que eles vissem o resultado em primeira mão. Dia 28, ele será exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais. Não sei mais que caminhos ele irá tomar depois disto”, conta o diretor Victor Furtado.
Ficção/Não-ficção
“Raimundo dos Queijos” é como um espelho. Fala do lugar homônimo, mas também diz muito de seu realizador. “Gosto muito de bar, de boteco. Já tinha me encantado pelo Bar do Chaguinha (Rua Padre Francisco Pinto, 144 - Benfica), quando conhecid o do Raimundo. Ele é meio que uma coisa de família, um ponto de encontro onde todo mundo se conhece, todo mundo se fala. E é um espaço de resistência, já ocupa do Centro no domingo. Fui vivenciando aquele lugar até encontrar uma forma de transformar aquilo de cinema. O filme é um olhar meu pra aquele lugar, a partir de uma perspectiva ficção”, conta.
Ficção? O filme sobre o Raimundo dos Queijos não era um documentário? “Se você quiser classificar, pode dizer que ele é um documentário. Apesar de esse elemento de ficção, de ter personagem. Acima de tudo, é um filme. Então, tem esta mistura de um e de ourtro. Tenho uma pesquisa forte com o documentário.Mas filme, pra mim, é filme. Faço qualquer filme. Acima de tudo, esta combinação é uma relação com o cinema, para além de qualquer classificação”, responde Furtado.
Entre amigos
O questionamento sobre a validade do enquandramento dos filmes em categorias rídigas, não é o único colocado pelo realizador. Nas peças de divulgação do filme, o nome de Vitor Furtado é listado entre muitos outros, todos colaboradores na produção de “Raimundo dos Queijos”. Pedro Diógenes, Luiz Pretti, Ricardo Pretti, Maíra Bosi, Igor Grazianno, Victor de Melo, Fred Benevides, Danilo Carvalho e Eudes Freitas: todos participantes ativos da movimentada cena de jovens realizadores de audivisual do Ceará.
Dividiram entre sí funções como a de assistente de direção, montagem, edição de som e fotografia.
“‘Raimundo dos Queijos’ é um filme dirigido por mim. Ele tem muito a minha cara. Mas o processo de produção foi todo coletivo. Eu gosto de trabalhar assim.
Esse trabalho agregou muita gente e todas essas pessoas, para mim, tiveram uma importância igual na realização do filme. Todos estão no mesmo patamar. E sair o nome de todo mundo no convite é uma questão de reconhecimento e também uma postura que serve para contestar esta hierarquia cinematográfica, de o trabalho é de uma pessoa, que um é mais importante que o outro”, explica Victor Furtado.
Para o realizador, o filme é um feliz resultado do profissionalismo e da amizade dos envolvidos. “O tema, sem dúvidas, ajudou. É muito agradável pra todo mundo. Você imagina receber um convite, para ir fazer um filme num bar. Alí perto da casa do Fred. É a coisa de fazer o filme junto. E acho que não existe de outra forma de fazer, pelo menos aqui no Brasil”.
Exibições
Com 16 minutos de duração, “Raimundo dos Queijos” será exibido pelo menos três vezes ao longo da noite, com intervalos de cerca de meia hora.
MAIS INFORMAÇÕES
Exibição do documentário "Raimundo dos Queijos". Às 18 horas, no bar Raimundo dos Queijos (Travessa Crato, 44 - Centro).
Contato: (85) 8748.1505
DELLANO RIOS - DIÁRIO DO NORDESTE - FORTALEZA/CE
REPÓRTER
3 comentários:
eu, como frequentador do lugar, estarei lá.
Guto, você viu quem está na foto ocm o Raimundo dos Queijos? - É o Waldemar Caracas, fundador do Ferroviário. Aí é Ferrim, meu fio ! ! !
Ferrim é meu Primo?Vou lhe dizer o que é Time de Verdade.
V O V Ô
Vera
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