quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Hoje tem Lavagem do Bonfim



Na segunda quinta-feira depois do Dia de Reis (06 de janeiro) acontece a Lavagem do Bonfim, um dos mais famosos eventos da Bahia. A procissão, que parte da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, arrasta uma multidão que faz questão de usar roupas brancas.



















Chegando na igreja do Bonfim, baianas vestidas a caráter lavam com água-de-cheiro (mistura de seiva de alfazema com água de flores) as escadarias do templo. A festa começa de manhã e vai até o final do dia, animada por blocos afro como o Filhos de Gandhi.

Símbolo do sincretismo religioso tão comum na Bahia, a festa do Bonfim atrai pessoas de todas as religiões. No candomblé, o Senhor do Bonfim é sincretizado com Oxalá. O branco, de uso quase obrigatório na Lavagem, é uma menção direta ao pai de todos os orixás. Há, inclusive, controvérsia em relação à origem religiosa da festa.

Segundo contam os estudiosos, o culto ao Senhor do Bonfim teve origem na cidade portuguesa de Setúbal e foi trazido para a Bahia pelo capitão de mar-e-guerra Teodósio Rodrigues de Faria, no ano de 1740. Durante uma tempestade, o capitão ficou sem rumo e rogou ao Senhor do Bonfim que o salvasse. Em pagamento da graça alcançada, encomendou uma imagem do santo em cedro, medindo 1,06 metro de altura, cópia do crucificado da igreja de Setúbal, e iniciou a construção de uma capela na colina de Mont Serrat para abrigar a imagem.
Há quem participe da tradição pela fé, fazendo os sete quilômetros a pé para pagar promessas ou fazer pedidos. Outros apenas caem na gandaia com muita música e cerveja gelada. Não foi à-toa que a Lavagem do Bonfim se tornou o maior símbolo da mistura do sagrado e profano na Bahia. Bandas de sopro e carros de som fazem a multidão pular no ritmo do carnaval. Os trios elétricos foram proibidos na Lavagem em 1998, na tentativa de defender as tradições históricas da festa.
Depois da lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim, é hora de comer feijoada, maniçoba, sarapatel ou o famoso acarajé, e curtir o som das barracas montadas na região. Fé, folia, culto e cerveja. Tudo isso em uma festa que não tem hora para acabar.


Fonte: Site Guia do Litoral

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