BARCELONA 4 x SANTOS 0
Por Alberto Dines
Levamos um baile. Nós, quem? O Neymar, o técnico Muricy Ramalho, o presidente do Santos Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o presidente da CBF Ricardo Teixeira ou também a mídia esportiva e o torcedor baba-ovo?
O vexame é nacional: o gramado é mera projeção de uma mentalidade (assim foi com o coliseu romano, a Olimpíada de Berlim em 1936, o tabuleiro de xadrez na antiga URSS).
Fragorosamente batida foi a ilusão do “xá’comigo”, a soberba do “conosco ninguém podemos”, o equívoco do futebol-arte mascarando brilharecos pueris.
O show espanhol não aconteceu no Japão, no domingo (18/12), é a continuação do outro, em 2010 na África do Sul. Não foi uma performance episódica, faz parte de um processo linear chamado profissionalismo, disciplina, esmero. O Barça não é um clube, é uma tribo chamada Catalunha, parte de uma nação chamada Espanha.
Papel da imprensa
A mídia esportiva tem a obrigação de contrariar as torcidas, o analista não faz parte da manada, precisa aprender a contrariar as maiorias tão fáceis de agradar. Se está de olho no seu blog, no número de mensagens que recebe no Twitter ou no Facebook, seu negócio não é o jornalismo, é o circo. E o jornalista, por definição, não faz parte do espetáculo. Tanto em política, como no desporto.
Neymar foi mimado pela mídia, tal como foram os dois Ronaldos nas décadas passadas. O Fenômeno e o xará gaúcho acreditaram nos comerciais que estrelaram – essa é a triste verdade. Tal como o astro santista.
Messi não se preocupa com o cabelo, seu empenho está concentrado no gramado e no placar. Não é espanhol, é argentino, e os argentinos têm um passado de seriedade que os brasileiros geralmente desconhecem porque detestam o Maradona, símbolo caricato e equivocado dos nossos vizinhos, antípoda do número 10 do azul-grená.
A Cartilha de Yokohama precisa ser estudada por todos os que fazem parte do processo esportivo. E o processo começa com – e acaba na – imprensa. A imprensa faz o torcedor, controla o cartola, policia os políticos, castiga os mercadores que pervertem uma competição atlética destinada a fabricar cidadãos e fazer suas cabeças.
A mídia esportiva tem a obrigação de contrariar as torcidas, o analista não faz parte da manada, precisa aprender a contrariar as maiorias tão fáceis de agradar. Se está de olho no seu blog, no número de mensagens que recebe no Twitter ou no Facebook, seu negócio não é o jornalismo, é o circo. E o jornalista, por definição, não faz parte do espetáculo. Tanto em política, como no desporto.
Neymar foi mimado pela mídia, tal como foram os dois Ronaldos nas décadas passadas. O Fenômeno e o xará gaúcho acreditaram nos comerciais que estrelaram – essa é a triste verdade. Tal como o astro santista.
Messi não se preocupa com o cabelo, seu empenho está concentrado no gramado e no placar. Não é espanhol, é argentino, e os argentinos têm um passado de seriedade que os brasileiros geralmente desconhecem porque detestam o Maradona, símbolo caricato e equivocado dos nossos vizinhos, antípoda do número 10 do azul-grená.
A Cartilha de Yokohama precisa ser estudada por todos os que fazem parte do processo esportivo. E o processo começa com – e acaba na – imprensa. A imprensa faz o torcedor, controla o cartola, policia os políticos, castiga os mercadores que pervertem uma competição atlética destinada a fabricar cidadãos e fazer suas cabeças.
Sábio Armando
A Cartilha de Yokohama precisa ser estudada nas praças, salas de aula, bares e botequins, plenários, gabinetes de autoridades, onde quer que os malefícios da arrogância e da presunção sejam detectados.
A Cartilha de Yokohama significa uma reversão radical na nossa fascinação por bolhas e pelo efêmero. É uma aposta na austeridade, no empenho silencioso, no desempenho interior.
Gol não nasce nos pés, é engendrado na alma. Se Armando Nogueira não escreveu isso, foi por mero acaso
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