Foto de Rogério Cassimiro/Folha online
Gado em rodovia no Pará; 51% do gás-estufa mundial é da pecuária, diz estudoMAURÍCIO KANNO
colaboração para a Folha Online
Consultores do Banco Mundial relataram em periódico deste bimestre que substituir derivados animais na alimentação, como carnes e laticínios, por análogos vegetais, daria resultados mais rápidos contra o aquecimento global do que ações que trocam combustíveis fósseis por energia renovável.
Segundo estudo divulgado pela organização de pesquisa ambiental World Watch Institute, de Washington, a pecuária seria responsável por pelo menos 51% das emissões dos gases-estufa no mundo, ou 32,5 bilhões de toneladas.
Se abraçada pela comunidade internacional, a tese representa uma virada de mesa no debate sobre a mudança climática, geralmente focado na questão energética.
Os autores do estudo, Robert Goodland e Jeff Anhang, respectivamente consultor-chefe aposentado e especialista, ambos da área ambiental do Banco Mundial, avaliam que o percentual de 18% normalmente divulgado para medir o impacto da pecuária no aquecimento global está "extremamente subestimado".
Mesmo a pesquisa anterior que estimava os 18%, da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), já dizia que a pecuária possui mais impacto no clima do que o setor dos transportes.
A ecóloga Magda Lima, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), responsável por relatórios sobre a agropecuária no Brasil, acredita que os valores são superestimados. Ela também reclama que "os estudos precisam levar mais em conta as emissões históricas", diz ela.
Já o biólogo Sérgio Greif acha razoável o estudo, e até mesmo afirma já ter visto estudos que apontavam percentuais maiores no mundo.
O Brasil apresentou , em Copenhague, estudo preliminar que responsabilizava, só a pecuária bovina, por ao menos 50% dos gases do efeito estufa no país.
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