segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
INSENSIBILIDADE MASCULINA
por Silvana Giudice
Não estaria o homem contemporâneo se sentindo mais pressionado e deprimido em comparação aos seus ancestrais? Após a II Guerra, a mulher ressurgiu e conquistou o seu novo espaço. Reverteram um histórico sofrido e opressor, foram à luta, se fizeram respeitadas e adquiriram o seu sustento. Os homens do passado causaram ressentimentos e deixaram marcas, tanto nas mulheres como nos seus descendentes do mesmo sexo. Um estigma que o homem moderno carrega!
Não seria a falta de habilidade de lidar com os sentimentos, uma grande dificuldade masculina? Os homens dificilmente dizem o que sentem e, quando dizem, reclamam que nós mulheres não lhes damos atenção. Mas também não seriam estes mesmos homens pouco atentos e receptivos às nossas falas sinceras e desarmadas? Enquanto as mulheres se revelam, os homens desconversam, com medo de expor suas fragilidades. Receio de parecer menos homens?Pepeu Gomes já cantou com muita sabedoria que ser um homem feminino, não perde o seu lado masculino.
Acredito também que as mulheres, enquanto reverteram séculos de prejuízo, por outro lado, acuaram seus homens. A mulher moderna carrega uma bandeira que muitos homens decifram: Eu me basto! Sou independente! Consigo sobreviver sem você! Será também que nós mulheres não fomos “além” e perdemos a doçura? Uma memória talvez de nossos antepassados que sinaliza: “Agora, não permito que mais ninguém me magoe”! Um conflito na cabeça destes homens que se perguntam: Qual o meu papel diante de uma mulher tão auto- suficiente?
Toda mulher tem o seu lado masculino, e todo homem tem o seu lado feminino. Por que não estabelecermos um meio termo? O homem moderno gosta de uma mulher inteligente, independente, mas que não perde a delicadeza e a meiguice que sempre revelou o sexo frágil. E qual a mulher que não gosta de um homem que demonstra sua força e coragem, mas que também é sensível meigo e afetuoso?
Será que homens e mulheres não estão se perdendo no meio do caminho? Estaríamos também sendo justas, quando reclamamos da insensibilidade masculina? Fomos nós mulheres que no decorrer da história, inspiramos e motivamos estes homens “insensíveis” a escreverem os mais lindos poemas de amor e a comporem as mais ternas canções. Não são os homens na grande maioria que se tornam poetas, e que melhor traduzem em “versos e prosas” o sentimento que bate em seu peito?
Não seria esta mesma “insensatez masculina” que expressa, nos mais belos sonetos, a tristeza e a dor de uma saudade? Santa insensibilidade masculina! Homens não são insensíveis. Alguns homens agem assim! Naturalmente, homens e mulheres perspicazes sabem quando equilibrar o lado masculino e feminino que existe dentro de si .Afinal “INSENSIBILIDADE” independe de sexo!
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