terça-feira, 2 de agosto de 2011

Detentos trabalharão nas obras do Castelão

Secretarias da Justiça e da Copa assinarão hoje o termo de cooperação com o consórcio Galvão/Andrade

Mais um público começa a ser inserido no mercado de trabalho por conta da demanda gerada com a Copa do Mundo de 2014 no Ceará. Desta vez, detentos de regime semiaberto estão sendo capacitados e incluídos no mercado de trabalho da construção civil, especificamente, na obras do Estádio Plácido Aderaldo Castelo, o Castelão. A partir de hoje, 12 egressos estarão começando suas atividades como servente de pedreiros, quando também será assinado o termo de compromisso entre as Secretarias da Copa e da Justiça (Sejus) e o consórcio formado pelas empresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça, responsável pelas obras de ampliação e modernização da arena esportiva.

Segundo a titular da Sejus, Mariana Lobo, a expectativa é de aumentar o número de detentos para 21 até setembro e a medida que as obras do evento sejam iniciadas, incluir mais egressos dos presídios. "As obras da Copa só recolhem ISS e têm vínculo direto com a Sejus", explicou a secretária, ressaltando que um estudo psico-social e outro mercadológico antecederam a iniciativa. O último diagnosticou o ensino fundamental como o grau de escolaridade identificado na população carcerária. Outra informação colhida pela Sejus através do Núcleo de Assistência ao Presidiário e Apoio ao Egresso (Napae), 70% deles não possuem nenhum tipo de capacitação profissional.

Mais programas

"Nós, como secretaria, estamos pensando também na recolocação profissional dos detentos", argumenta, ao falar sobre 320 presos, também do IPPOO II, que estarão participando de outro programa da Sejus para a capacitação em cursos da área da construção civil.

Com a primeira turma de 23 alunos tendo iniciado suas aulas ontem, a meta, segundo a secretária, é atingir de 1.500 a 2.000 presos até julho do ano que vem em parceria com o Instituto Centec, o qual será o responsável pela capacitação. "São 320 de 580 (presos) do IPPOO II. Mas esperamos promover outros cursos na CPPL III (Casa de Privação Provisória de Liberdade 3) até setembro em mais duas até agosto de 2012", disse.

CVT nos presídios

Atualmente, duas empresas de confecção estão em atividade no presídio feminino, uma madeireira funciona no IPPOO II e outras duas de costura industrial exercem atividades com os presos no Presídio da Pacatuba. Um projeto também está sendo formatado para a instalação de um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) dentro de três unidades (CPPL II, IPPOOII e Presídio da Pacatuba). "Até o fim do mês estaremos apresentando o projeto em Brasília para conseguirmos a verba de implantação", contou a secretária.

Mão de obra barata

Cada programa desenvolvido pela Sejus, paga 3/4 do salário mínimo ao detento e abona um dia da condenação a cada três trabalhados. Apenas os que iniciarão suas atividades nas obras da Copa terão piso salarial igual ao dos serventes de pedreiro, de R$ 609. No entanto, apesar da mão de obra barata frente à contratada convencionalmente, Mariana diz ter dificuldade de atrair empresários dispostos a empreender dentro das unidades prisionais.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER

Fonte:www.diariodonordeste.globo.com


É de responsabilidade do Estado recuperar e habilitar o detento, para seu retorno ao convívio em Sociedade. Prender apenas não basta, é necessário um trabalho constante de incentivo a uma vida digna e correta ao final da pena.

Vera

Nenhum comentário: