quarta-feira, 1 de junho de 2011

RECORDO AINDA

Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana

2 comentários:

  1. Lindíssimo poema.
    Tinha que ser do GRANDE Mário Quintana.
    Vou enviando um versinho dêle que acho maravilhoso:

    DA FELICIDADE
    "Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
    Procede tal e qual o avozinho infeliz:
    Em vão, por toda parte, os óculos prcura
    Tendo-os na ponta do nariz!"

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  2. Lindo tb o verso enviado.
    Vera

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